Gazeta de Alagoas
Pesquise na Gazeta
Maceió,
Nº 5693
Caderno B

VAI SACUDIR: MÁRCIA FREIRE VOLTA AO CAVEIRA

Em entrevista, ícone do Maceió Fest contou sobre paixão pela música e os amigos que fez em Maceió

Por Maylson Honorato | Edição do dia 30/11/2019

Matéria atualizada em 30/11/2019 às 04h00

Cantora adiantou que “Lero-lero” e “Vai Sacudir, Vai Abalar” estarão no setlist
Cantora adiantou que “Lero-lero” e “Vai Sacudir, Vai Abalar” estarão no setlist - Foto: Divulgação
 

Ela é uma das principais precursoras do axé music como um ritmo nacional e foi a responsável por levar o gênero musical baiano aos quatro cantos do mundo. Pois é, Márcia Freire comandou a banda Cheiro de Amor por mais de dez anos e foi o seu pique, a sua voz e a energia conhecida como “furacão”, responsáveis por embalar milhares de histórias do Maceió Fest. De alguma maneira, a musa se tornou uma espécie de ícone do Caveira e, por essa razão, volta a comandar a folia do bloco em 2020.

De passagem por Alagoas, a cantora já adiantou que “Lero-lero”, “Vai Sacudir, Vai Abalar”, “Doce Obsessão”, “Pureza da Paixão”, “É um auê” e “Canto do Pescador” são alguns dos hits que estarão no set list do show especial que ela prepara para o Caveira.

Prestes a completar 50 anos, Márcia Freire lida com a passagem do tempo com serenidade e rejeita a palavra “satisfeita” quando se refere a sua carreira, mesmo tendo vendido mais de 7 milhões de cópias nos anos 1990. De volta ao trio do bloco Caveira, ela revelou que é apaixonada por Maceió, pelo bloco e que fez amigos em Alagoas.

Confira a entrevista dela ao Caderno B:


Gazeta de Alagoas: Como foi o processo de reconstruir sua carreira depois da banda Cheiro de Amor?

Márcia Freire: Olha, não é fácil. É um processo. Depois de tanto tempo no Cheiro de Amor eu queria fazer um trabalho meu, ser dona do trabalho, porque sempre tem outras pessoas que ditam algumas regras. Eu tive uma equipe que aprendeu junto comigo. Então, erramos juntos, acertamos também e fomos seguindo. 


Mas você está satisfeita com os rumos que sua carreira tomou? 

Eu não gosto da palavra “satisfeita”. Se a gente fica satisfeita a gente larga, a gente deixa de bulir nas coisas. Faz parte da vida, nós continuamos errando e acertando e é isso que nos faz andar.


Você foi recebida com euforia em Maceió. Como você recebe todo esse carinho dos fãs alagoanos?

É algo muito especial. No âmbito mais pessoal, eu fiz amigos em Maceió. Augusto, Estelinha, Déa, são grandes amigos. E, por incrível que pareça, faço muitos shows em Maceió, shows fechados, formaturas, Réveillons, casamentos, eu até brinco que sou a rainha dos casamentos. As pessoas lembram da época do Maceió Fest e isso é maravilhoso. Então eu já esperava esse carinho que tenho recebido em Maceió. Agora, quero encontrar o restante do público, lá de cima do trio, no Bloco Caveira.


O que podemos esperar desse seu retorno agora ao bloco?

Eu sou muito visceral, eu me entrego e me jogo muito. Como sou muito da emoção, eu tenho que me sentir muito bem, muito à vontade. Em cima do palco eu me sinto num momento muito meu. É como uma meditação, as pessoas meditam e esquecem do mundo e eu medito ali, cantando, esqueço de tudo, de problemas, de pessoas, do que tiver, e foco na alegria, eu me divirto. Eu nem chamo meu trabalho de trabalho, porque é um prazer, uma diversão. Cantar é algo que eu sempre quis desde os meus cinco anos de idade, então eu estou ali me realizando. Podem esperar o melhor de mim, com certeza. A minha entrega total, de corpo e alma.


Já pensou em parar?

Pensar sim, mas nunca passou disso, de um pensamento distante. Essa é a minha vida, é o meu pulsar. Eu tenho várias paixões, tenho meus cachorros, meus filhos, minha família, e uma delas, uma muito importante, é cantar, é uma música. Então, mesmo velhinha vou continuar cantando, nem que seja no banheiro, sozinha, para mim mesma. Continuarei cantando. Não tenho como parar.


Qual o convite do Bloco Caveira em 2020?

De reunião, de confraternização, de reencontro. Venham todos, não só de Maceió, mas do Brasil inteiro. Será um grande evento, no dia 8 de fevereiro sairemos pelas ruas de Maceió relembrando o Maceió Fest e será pura emoção, uma festa muito bonita, em pleno verão, tempo de extravasar. Então venham, se entreguem, porque vai ser bom demais.

* Sob supervisão da editoria de Cultura.

Mais matérias desta edição