Uma das principais figuras da história do bloco Filhinhos da Mamãe, o professor Ronaldo de Andrade tomou para si a missão de dar continuidade e forma à agremiação. De acordo com ele, 2020 marca a consolidação de um novo formato para o bloco, que no ano passado experimentou se desvincular do Jaraguá Folia e fazer carreira solo no Carnaval de Maceió. Deu certo. Assim como o ano passado, o bloco sairá as ruas em um dia e terá outros dois eventos, uma exposição de estandartes e um baile, que celebrará os artistas e os pensadores alagoanos. “Isso aproxima mais os filhinhos, dá mais coesão ao bloco. O Filhinhos da Mamãe dentro de outro evento fica muito sufocado, ficava muito difícil. E isso nos levou a buscar esse novo modo”, explica o diretor do bloco. Ele também considera as mudanças um resgate às origens do bloco carnavalesco, que se via impedido de chegas nas escadarias da Associação Comercial e realizar sua tradicional louvação à Alagoas. “Não conseguíamos chegar lá porque o nosso ritual passou a ser imitado pelos demais e por conta da quantidade de gente na Sá e Albuquerque”, diz. Este é também o primeiro ano dentre os últimos em que o Filhinhos da Mamãe não passa pelo repetitivo drama “vai ou não vai”. Todo janeiro, incluindo o do ano passado, o bloco lançava à sociedade à questão “vai sair?” “O que mudou foi a adesão das pessoas, o apoio, a organização. Mãe Míriam, Baque Alagoas, a Orquestra Frevo Temperado de Penedo, o Boi Laprau, assim como a comissão, a Associação Teatral de Alagoas (ATA), Gil Lopes, Zé Carlos, Gildênia, Carmem Lúcia e eu, estamos trabalhando para que essa tríade de eventos seja de felicidade e que os filhinhos se sintam abraçados pelo bloco”, conta.

BAILE DOS ARTISTAS

A grande novidade do ano é o Baile dos Artistas, que encerra as atividades do bloco Filhinhos da Mamãe nestas prévias. Segundo Ronaldo de Andrade, o baile será o segundo baile que celebra a vida dos artistas e pensadores de Alagoas e é a transformação da tradicional concentração do bloco no Museu Théo Brandão em evento. “É algo novo, mas que ao mesmo tempo resgata e protege uma tradição do bloco. O que era uma concentração, toma agora uma forma consistente. Será o segundo na história de Alagoas. O primeiro foi realizado pela ATA na década de setenta, no Jaraguá Tênis Clube, com a Elke Maravilha como atração. A ideia era arrecadar dinheiro para viabilizar a Fundação Linda Mascarenhas, que não deu certo. A fundação, porque o baile foi um sucesso”, diz. “Estamos concretizando um sonho nossso, de quando éramos jovens. Isso agregou artistas, escritores, jornalistas, professores e estudantes universitários. A expectativa é grande, para que todos esses ingredientes resultem em uma festa muito bonita e que todos se divirtam muito”, concluiu.