A Liga de Quadrilhas Juninas de Alagoas (Liqal) informou na noite de ontem (1), que não realizará concursos de quadrilhas este ano, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. De acordo com o comunicado, a decisão foi coletiva e unânime, e levou em consideração a situação delicada das quadrilhas, principalmente das que vêm do interior do estado.

“Queremos contar com a compreensão de todos, pois, o momento pelo qual passamos é de imensa preocupação. não queremos que nenhum grupo se sinta prejudicado, e sim, que todos os grupos se sintam agraciados com nossa decisão. Só seremos mais fortes juntos”, diz trecho da nota.

Em transmissão ao vivo realizada pelo Instagram, o presidente da Liqal, Washington Machado, disse que a decisão é irrevogável e que foi tomada após uma série de conversas entre os associados. Na live, ele recebeu diversos diretores da entidade, como o 2º secretário Davi Correia, que dirige a junina Xodó e Xamego, do município de Rio Largo.

“Só quem vivencia a quadrilha sabe como ela é importante para centenas de pessoas. Mas, entendemos que a saúde vem em primeiro lugar”, disse Correia. “Para uma instituição como a Liqal tomar uma decisão como essa é porque a situação tá muito séria. Como eu vou chegar para o meu patrocinador, para os empresários, para as prefeituras, e pedir patrocínios, se eles também estão vivendo essa crise?”, questionou.

De acordo com o presidente, outros estados também discutem o cancelamento dos concursos e, alguns, discutem até o cancelamento do São João. Para ele, o isolamento necessário para a contenção da proliferação do vírus e a crise econômica inviabilizam a realização dos concursos, que acabariam privilegiando as quadrilhas com maior estrutura.

“Pra gente que está na direção da Liga é difícil tomar essa decisão. A gente passa o ano todo pensando, fazendo quadrilha. Tomar essa decisão dói muito para todos. A gente vive mais com as quadrilhas do que com as nossas famílias”, disse Washington Machado.

O comunicado divulgado nas redes sociais diz, ainda, que, caso concursos regionais e nacionais venham a acontecer - o que o presidente considera difícil - a Liqal fará uma votação entre os associados para que uma representante de Alagoas seja apontada para concorrer. Além disso, a nota afirma que a realização de eventos juninos pela Liqal não está descartada, mas que dependerão da situação do país e das orientações da Organização Mundial da Saúde.

“Eu estou triste. Muito triste mesmo. Mas estou me sentindo feliz ao mesmo tempo, porque os diretores das quadrilhas entenderam e abraçaram essa decisão. A gente tinha que parar, tinha que fazer isso. Não tínhamos como continuar desse jeito”.