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Caderno B

FILIPE MARIZ FALA DE AMORES E VIDA ADULTA NO BRILHANTE ‘POSSA NOVA’

Segundo álbum do alagoano já está disponível nas plataformas digitais e conta com participações especiais

Por MAYLSON HONORATO | Edição do dia 10/04/2021

Matéria atualizada em 10/04/2021 às 04h00

Possa Nova é o segundo álbum do músico, compositor e produtor Filipe Mariz, mais conhecido na cena independente de Maceió como “Possa”. Após o despretensioso “Meu Nome Não É Possa” (2018), o artista reúne composições autobiográficas que resumem um pouco do que ele viveu nos últimos anos e exibem sua maturidade não só na produção, mas também como autor.

São canções de amores - sim, no plural - com personagens, cenas e cenários que ajudam a contar sua história no início da vida adulta e as emoções que fazem parte das relações a dois. Para dar conta da multiplicidade dos temas e sentimentos, Filipe reuniu alguns de seus artistas contemporâneos e conterrâneos favoritos, promovendo uma breve amostragem da cena local do Alagoas de hoje.

LoreB, Yo Soy Toño, Robson Cavalcante, Leo Bomeny e Felipe De Vas são alguns dos nomes que aparecem nas canções, que, pela primeira vez, recebem também o próprio Possa nos vocais. Como em um bom disco de produtor que se preze, ele é o maestro que encoraja cada um de seus convidados - vocalistas e instrumentistas - para entregar o seu melhor em função de sua visão para as faixas.

O álbum conta com as vozes e participações de LoreB, LLari, Bruno Leahy, Robson Cavalcante, Felipe de Vas, Laís Guimarães, Léo Bomeny, Andre vinco (SP), Andrea Laís, Isabela Mascarenhas, Berta Cabral, Unidade Nova Praia, Nallu Figueiredo, Yo soy Toño e Larine.

O disco, produzido por meio do apoio da Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas (Secult/AL), por meio do incentivo federal da Lei Aldir Blanc, está disponível em todas as plataformas de streaming (spotify, deezer, YouTube etc.).

A brincadeira com bossa nova no título e na capa - que faz alusão a João Gilberto e seu Chega de Saudade, não está lá à toa. A música brasileira é o fôlego criativo que sopra pelos arranjos do disco, seja em referências mais claras a esse estilo ou às tantas nuances que a MPB apresenta, do pop ao indie. Cheio de personalidade, é um disco que se aproveita de nossa familiaridade com a tradição da “canção de amor” para construir uma obra de espírito jovem, ideal para reviver - ou viver - os primeiros amores.

Mariz conversou com o Caderno B e revela suas inquietações e o combustível para o Possa Nova, que tem tudo para figurar entre os melhores lançamentos deste primeiro semestre em Alagoas.


Disco também enaltece a cena musical contemporânea de Alagoas
Disco também enaltece a cena musical contemporânea de Alagoas - Foto: Lucas Marques
 

O que te motivou neste segundo álbum, a pandemia influenciou? Falando dela, como foi a produção em meio às restrições?

A pandemia foi o motivo principal de ter começado a fazer esse disco, tava passando por um momento bem difícil, como a maioria das pessoas. Como sou músico e produtor de eventos, de uma hora pra outra tudo parou pra mim, tomei o meu disco como um refúgio pras horas ociosas que tinha. Sem esse tempo, ia ser bem mais difícil realizar esse trabalho, pois estava vivendo um momento muito bom na minha outra carreira e dificilmente daria o mesmo foco e dedicação que dei.

Com relação à produção, foquei em pequenos encontros com os músicos, individualmente, para evitar aglomerações. Primeiro gravei o disco todo de forma virtual, pra apresentar aos músicos que convidei e para poder poupar tempo em estúdio. A maioria dos instrumentos eu que gravei e outros foram gravados de forma remota, cada um da sua casa.


E em relação ao “Meu nome não é Possa”, que diferenças entre uma produção e outra você destacaria?

O “Meu nome não é Possa” foi um disco menos arranjado, com um produção mais simples, quando produzi o primeiro disco ainda não tinha os equipamentos e recursos que possuo hoje pra realizar certos sons. Acredito que consegui evoluir bastante de um disco pro outro. 


“Possa Nova” é um disco com muitas vozes, o que é algo incomum. Como é trabalhar com tantas personalidades diferentes em um único álbum?

Por mim, eu colocaria Maceió inteira, faria um disco de 100 faixas, com o máximo de pessoas possível, mas é meio utópico né? (risos) Nesse trabalho teve a distância e a dificuldade dos encontros, primeiro gravava a música com minha voz e encaminhava para os cantores testarem em casa, o importante era a voz ficar bonita. Foquei nas pessoas que tenho mais intimidade ou alguma admiração pelo trabalho, algumas das vozes foram feitas à distância, Tonho gravou lá do Rio, André Vinco gravou de São Paulo e Leo Bomeny gravou dos Estados Unidos. 


Diferente do disco anterior, neste álbum você também canta… 

Sim! Canto algumas canções e fiz questão de colocar a minha voz em praticamente todas as músicas. Apesar de não ser vocalista, tentei me desafiar e cantar também em um disco que tem, literalmente, a minha cara.


O álbum foi lançado no dia 5 de março, já deu para sentir como o público está recebendo o novo trabalho?

Velho, fiquei surpreso com o carinho das pessoas. Muitos, muitos compartilhamentos, principalmente por conta de tantas pessoas envolvidas no trabalho. No dia, virou um bola de neve nas redes sociais e tudo isso refletia em pessoas que nem conheço vindo no inbox falar do trabalho. Espero que repercuta e toque ainda mais, tudo vai depender se a canção vai ter vida suficiente pra se espalhar de pessoa em pessoa.


Ansioso para mostrar essas canções ao vivo?

Eu estou, agora, articulando um show live, deixando só passar esse momento crítico pra poder fazer a reunião de alguns músicos e cantores em torno desse show. Já tenho alguns conteúdos audiovisuais que gravei antes do “lockdown” e que vou disponibilizando eles ao longo desse mês. Prometo que ainda tem muito “Possa Nova” pela frente.

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