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FRESTAS

Coletivo de mulheres leva vivências femininas e memórias pessoais ao palco. Com direção de Gessyca Geyza, peça teatral é costurada por poesias e metáforas

Por Thauane Rodrigues* ESTAGIÁRIA | Edição do dia 06/04/2022

Matéria atualizada em 06/04/2022 às 14h39

 

Foto: Divulgação
 


A violência dos corpos femininos em uma sociedade intrinsecamente machista virou material de trabalho para as atrizes/autoras do espetáculo Frestas, que estreia esta semana e permanece em cartaz nos dias 7, 8 e 9 de abril, no anexo Espaço Cultural (antiga ETA), em Maceió, sempre às 20h. A entrada é gratuita.

A peça teatral tem direção de Gessyca Geyza e revela experiências individuais e coletivas das artistas.

Após dois anos longe dos palcos, em decorrência da pandemia, as atrizes traz à cena, em um espaço alternativo, a proposta de fazer com que o público viva a obra por mais de uma perspectiva, que é de onde surge a nomenclatura “Frestas”, - pois os espectadores irão escolher os caminhos por onde vão vivenciar a criação teatral e performática.

De acordo com a diretora Gessyca Geyza, a obra traz a história de corpos femininos que vivenciam momentos de dor, de autoconhecimento e de percepção de amor.

“A dramaturgia do espetáculo é construída a partir de memórias das mulheres que compõem o Frestas. Memórias que se cruzam, vivências que são compartilhadas e até mesmo ligações com mulheres que são nossas inspirações”, conta Gessyca.

Com estrutura fragmental, documental e que convida o público para se envolver na obra, o espetáculo, através de metáforas, analogias e poesias, convida o público a refletir sobre os desafios enfrentados pelas mulheres, como por exemplo, a hiperssexualização dos corpos negros e a pressão estética na busca do corpo perfeito.

Ainda segundo Gessyca Geyza, o processo criativo de Frestas foi diverso e moldado a partir dos encontros entre as mulheres do espetáculo, pois, foi nesse momento que elas puderam entender o caminho da obra, através dos relatos, referências e memórias de cada uma.

“As histórias são conectadas com as percepções, experiências das mulheres que estão nesse processo de criação da dramaturgia. Nossas vidas estão muito conectadas com tudo que a vida diz”, diz a diretora.

Para a realizadora do espetáculo, Camila Moranelo, Frestas irá exigir que a sociedade olhe para a mulher da mesma forma que olha para os homens, com toda ascensão e espaço dados para o corpo masculino.

“Frestas tinha que ser feito por mulheres para mulheres. Nós ainda somos pouco representadas em todos os espaços possíveis. Frestas é sobre isso, sobre saber como podemos trazer essa reflexão ao público, sem fazer campanha pra ninguém além de nós mesmas” conta Camila.


PEÇA INTERATIVA

O espetáculo propõe um “jogo” com o público. Para que o espectador escolha por onde começar a acompanhar as histórias.

Para Gessyca Geyza, a escolha do público que irá definir o caminho da obra para cada espectador, que pode, por exemplo, ir aos três dias de espetáculo e ter perspectivas diferentes da história.

Com uma temporada curta, a expectativa é sentir como a obra funciona e conseguir comunicar com êxito o trabalho construído desde outubro de 2021.

“É um espaço de partilha e nosso maior desejo é poder compartilhar de fato aquilo que a obra propõe e que a gente possa amadurecer e seguir pensando na perspectiva dos futuros momentos de apresentação”, finaliza Gessyca.

O espetáculo Frestas é um projeto contemplado pelo Prêmio Eric Valdo, que é parte do conjunto de ações emergenciais destinado ao setor cultural de Alagoas e conta com o apoio financeiro da Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial de Cultura do Turismo, do governo federal.


*Sob supervisão da editoria de Cultura


SERVIÇO:

O quê: Espetáculo teatral ‘Frestas’

Quando: 7, 8, 9 de abril, às 20h

Onde: Anexo Espaço Cultural (Antiga ETA)

Capacidade: 60 pessoas

Entrada gratuita

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