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MÉDICO ALERTA SOBRE IMPORTÂNCIA DE PRÉ-NATAL PARA DETECÇÃO DE DOENÇAS

Causa de mortalidade materna e de partos prematuro, pré-eclâmpsia é comum a partir da 20ª semana da gravidez

Por WILLIAM MAKAISY*/ ESTAGIÁRIO | Edição do dia 20/12/2019

Matéria atualizada em 20/12/2019 às 07h26

A gravidez é uma das etapas mais felizes e esperadas por uma parte da população feminina, porém, é bom reforçar que os cuidados neste período devem ser redobrados para evitar complicações. Entre elas, está a pré-eclâmpsia, uma das principais doenças que causa a mortalidade materna e pode provocar partos prematuros. Especialistas alertam a importância do pré-natal como forma de detectar a doença e fazer o acompanhamento necessário. A pré-eclâmpsia é uma doença específica do período da gestação e costuma aparecer por volta da 20ª semana da gravidez, segundo o especialista José Moura. “A doença aparece no período da gestação e começa a partir da 20ª semana da gravidez, que é quando a pressão começa a subir, e se chegar a níveis acima de 140x90 em pacientes que possuem doença base, como por exemplo, problema de coração ou problema renal, já configuramos um diagnóstico de pré-eclâmpsia. Pode ocorrer também a perda excessiva de proteínas por meio da urina, mas, nesse caso, o aumento da pressão é mais preocupante”, afirma o ginecologista obstetra e coordenador médico do Hospital da Mulher Anchieta. “Nós não sabemos porque ela acontece. Existem mecanismos de dados e exames específicos para identificar a doença, mas não sabemos a etiologia exata para que ela possa se apresentar”, explica.


FATORES DE RISCO

A doença, que não é comum, mas que também não é rara, possui alguns grupos de risco, que precisam de um maior cuidado. “Existem grupos de risco relacionados à pré-eclâmpsia, que são aquelas pacientes que já sofrem de pressão alta antes de engravidar, pacientes que já têm histórico familiar, acima de 40 anos e pacientes que tenham gestação múltipla, isso tudo aumenta a chance de apresentar a pré-eclâmpsia. Mulheres com algum desses fatores devem ficar mais atentas aos sintomas da doença”, salienta José Moura.


SINTOMAS

“É bom lembrar que muitas vezes a paciente pode ter a doença, mas não mostrar nenhum sintoma. Quando ela começa a mostrar algum deles, porém, já podemos observar o grau de gravidade. Os sintomas podem ser dores de cabeça, normalmente na nuca, dores no estômago e a paciente pode começar a enxergar pontos cintilantes, que é o que chamamos escotomas visuais. Além disso, ela pode sentir dores no fígado também, o que indica maior grau de gravidade, mostrando que ela precisa ser melhor acompanhada”, explica o médico.


TRATAMENTO

José Moura reforça a importância do pré-natal bem feito para identificar a doença e começar o tratamento o mais rápido possível.

“Como não sabemos o motivo exato dela acontecer, a importância do pré-natal tem que ser reforçada, porque nele é onde se avalia a pressão arterial, o ganho de peso, além de avaliar a sintomatologia da paciente, então o pré-natal se torna extremamente fundamental. O tratamento começa no bom acompanhamento médico, para que possamos fazer o controle adequado. Tem também uma alimentação mais regrada, e não fazer exercícios físicos muito desgastantes. Em alguns casos, é necessário o uso de medicamentos anti-hipertensivos para controlar o aumento da pressão”, afirma.

A doença, que já possui vários malefícios, precisa de um bom acompanhamento médico a fim de evitar a evolução para condições piores, como Eclâmpsia, Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou síndrome HELLP. “Precisamos ter cuidado no grau e na evolução da doença, porque a paciente pode chegar a apresentar a eclâmpsia, que vem seguida de convulsões, ou síndrome HELLP, que é quando ela tem alteração na função hepática ou até mesmo chegar a apresentar um AVC, então a doença tem que ser bastante acompanhada e vigiada”, aponta o médico.

* Sob supervisão da editoria de Cidades.

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