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ALAGOAS TEM 125 MIL PORTADORES DE DOENÇAS CRÔNICAS GRAVES

Projeto-piloto em Penedo trabalha com plataforma de gestão para reduzir custos com atendimentos

Por Hebert Borges | Edição do dia 23/01/2020

Matéria atualizada em 23/01/2020 às 07h50

Dados do Datasus, banco de dados dos Sistema Único de Saúde (SUS), mostram que cerca de 124,8 mil pessoas são portadoras de doenças crônicas graves em Alagoas. Estima-se que o custo anual dos atendimentos de pacientes crônicos chegue a R$ 101,4 milhões. O número equivale a 3,74% da população do estado. Segundo dados do Ministério da Saúde, as chamadas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) foram responsáveis, em 2016, por 74% do total de mortes no País. As doenças que mais afetam a população são as doenças cardiovasculares (28%), as neoplasias (18%), as doenças respiratórias (6%) e o diabetes (5%), de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o Ministério da Saúde aproximadamente 57,4 milhões de pessoas possuem pelo menos uma doença crônica não transmissível (DCNT) no país. Existem alguns fatores que favorecem o seu desenvolvimento no organismo: fatores genéticos, sexo e idade, além de hábitos e comportamentos de risco com inatividade física, alimentação inadequada, obesidade, tabagismo e o abuso de bebidas alcoólicas. Um projeto-piloto desenvolvido na cidade de Penedo, região do Baixo São Francisco, trabalha com uma plataforma de gestão de atendimentos que pode diminuir em até 78% o custo com os atendimentos Em parceria com a Prefeitura de Penedo, a startup PGS Medical, viabilizou o Programa Redenção. “A plataforma identifica os pacientes crônicos, classifica segundo o grau de risco e planeja, de forma automatizada, todo o atendimento. Eles passam a ser contactados periodicamente pelas equipes de saúde, têm consultas e visitas de acompanhamento”, explica Wagner Marques, diretor da PGS Medical. Com o acompanhamento, a continuidade do tratamento é garantida e os índices de saúde melhoram, evitando complicações e visitas de emergência às unidades da saúde.Em Penedo, em seis meses - de setembro de 2018 a março de 2019 - a média mensal de atendimentos de pacientes assistidos, no município, caiu 90% e a média de internações caiu 66% com o uso da plataforma.

PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA

A plataforma da PGS Medical é resultado de uma encomenda de tecnologia, realizada pelo município de Penedo, para uso no Sistema Único de Saúde (SUS). Ela permitiu a instalação de um Centro Altamente Resolutivo (CAR) de doenças crônicas para servir o município e suas equipes de saúde. O centro possibilita um maior controle e monitoramento de pacientes atendidos dentro da UPA e nas Unidades de Emergência, centralizando o atendimento dos doentes crônicos, que passaram a receber uma atenção especial e acompanhamento periódico. A melhora na percepção de qualidade de vida dos pacientes atendidos foi de 33,3%. A redução de peso entre os pacientes atendidos, em média, foi de 3,4%, a redução da pressão arterial foi de 8%, a redução da glicemia foi de 32,02% e a redução do IMC foi de 3%. “A tecnologia permite ainda que os gestores acompanhem os resultados obtidos pelo município com a gestão de saúde”, explica o diretor da PGS Medical, Wagner Marques.

PGS MEDICAL

Primeira startup público privada, criada a partir da regulamentação da Lei de Inovação, com o propósito de desenvolver tecnologias e implantar novos processos na área de saúde pública no Brasil. O objetivo é a redução do encaminhamento do paciente para tratamentos de alta e média complexidade, a integração e a análise compartilhada dos diagnósticos, melhor performance no uso de equipamentos e infraestrutura, além da prevenção substancial das doenças crônicas. A intenção da PGS Medical agora, é levar essa tecnologia para mais municípios brasileiros.

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