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Cidades

PAIS PEREGRINAM PARA MATRICULAR FILHOS

Com dificuldade para matricular os filhos, muitos pais procuraram a Gerência Regional de Educação, no Cepa

Por Victor Lima | Edição do dia 24/01/2020

Matéria atualizada em 24/01/2020 às 10h13

Foto: Victor Lima
 

Quem depende da rede estadual de ensino para matricular seus filhos está começando a se acostumar com os problemas também virtuais. Em mais um ano, os pais enfrentam contratempos após tentarem matricular os filhos nas escolas próximas à suas residências. Mesmo com a inscrição confirmada no site, ao chegarem à unidade de ensino, a notícia: a direção da escola não permite a matrícula alegando que não há vagas - situação diferente do que é mostrado no site de matrícula. Por isso, diversos pais compareceram à 13ª Gerência Regional de Educação, localizada no Centro de Educacional de Pesquisas Aplicadas (Cepa), na manhã dessa quinta (23).

O problema acontece com muitas mães. Uma delas é Roseane Santos, que precisa matricular o filho de 15 anos no ensino médio. “A matrícula não foi colocada em canto nenhum. Eu sou do Village, tentei matricular numa escola lá, mas nem apareceu, só apareceu o Cepa. Eu coloquei, mas meu filho não está em canto nenhum. Ontem, a mulher falou que tinham 800 vagas aqui no Cepa, e quando eu cheguei lá, disseram que não está fazendo para o primeiro [ano]. Se não tem vaga, não bota”, reclama.

Roseane ainda aponta um outro problema, também recorrente nos últimos anos. “Disseram pra mim que tem vaga em outro lugar, só que eu não quero, é muito longe. Tem que ser uma escola perto da minha casa, eu tenho uma filha de 4 anos além dele. Eu não posso ficar saindo num caso de uma doença, eu não tenho condições”, explica.

Na labuta diária, o desafio é também resolver a questão sem ter com quem deixar os filhos. É o que acontece com Adriana Farias, que estava sozinha com o seu bebê de colo e a criança de 12 anos que tentava matricular. “Eu tenho uma menina que estuda em Bebedouro. Fiz a matrícula dela pra ela estudar no Bolão, próximo da minha casa, no Bom Parto. Ela ficou na escola que é tempo integral, 7º ano, só que quando eu fiz a matrícula, a diretora disse que não ia pegar porque não tinha como colocar alunos novatos na escola, sendo que, pelo site, ela ficou lá. A diretora disse que não tinha vaga, mas ela ficou na escola que eu coloquei e me mandaram vir aqui pra resolver”, expôs.

O desencontro de informações também é grande. “Eles dizem que tem vaga pra noite, pra os adultos, pra o 6º ano, pra o 9º ano, pra o 1º ano, mas quando a gente chega, não tem. O meu problema é o protocolo também, não estou conseguindo encontrar nem abrir com o CPF”, contou Maria de Fátima, que acompanhava Roseane na fila de atendimento.

Para Maria Lúcia, moradora do Graciliano Ramos, o problema é da secretaria. “O erro é da secretaria. Se consta no sistema que tá alocado, por quê não vai ser matriculada? Todo ano a gente tem problema com essas matrículas. No site, é uma coisa, quando a gente chega na escola é outra e a gente tem que ficar vindo aqui. Outra coisa, eu fiz a matrícula em dezembro e não consegui matricular meus netos, mas teve uma conhecida minha que fez no dia 2 de janeiro e conseguiu. Eu não sei o que acontece, mas eles têm que resolver”, reclamou ela, que estava tendo os netos encaminhados para uma escola no Salvador Lyra.

O que diz a Seduc

A Gazeta pediu um posicionamento à Secretaria de Educação (Seduc) sobre as reclamações das mães. Em resposta, a Seduc informou que está ciente dos casos.

“A Seduc informa que está trabalhando ininterruptamente para resolver possíveis problemas de alocação de alunos na pré-matrícula da rede estadual de ensino”, afirmou a assessoria do órgão em nota.

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