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AMOR DURANTE A PANDEMIA: QUANDO O DISTANCIAMENTO É APENAS FÍSICO

Mesmo sem o contato presencial, relacionamentos se adaptam e ficam mais fortes

Por WILLIAM MAKAISY ESTAGIÁRIO | Edição do dia 23/05/2020

Matéria atualizada em 23/05/2020 às 06h00

Coração acelerado, respiração ofegante e borboletas no estômago, todos os sintomas de um só diagnóstico; o amor. Mesmo em época de pandemia e quarentena os casais alagoanos mostram que o amor é capaz de superar o distanciamento físico e os unir cada vez mais. Seja através das mídias digitais, ou através das lembranças e sentimentos bons que viveram juntos. A chegada do novo coronavírus mudou as formas de se relacionar no mundo todo. Os brasileiros, ou mais especificamente os alagoanos, são pessoas com uma certa tendência ao contato físico e gostam de um acolhimento mais aconchegante, que pode ser resumido em abraços e beijos, contudo, a quarentena cria uma nova forma de convívio, aquela onde a comunicação se dá através do meios tecnológicos para não colocar em risco aqueles que se amam. Entretanto, mesmo afastados, os apaixonados de Alagoas nunca estiveram tão juntos. A palavra ‘distanciamento’, apesar de denotar a separação, para os casais alagoanos, o distanciamento físico foi apenas um momento de adaptação para um relacionamento mais forte e duradouro, segundo o estudante de história da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Jonas Chicuta, que mantém um relacionamento de 1 ano e 11 meses com Regina Moreira, estudante de biologia. “Com o início do isolamento tivemos que nos distanciar por medo de nos infectar e infectar os nossos parentes, mas o relacionamento não esfriou por isso, pois utilizamos as redes sociais para nos comunicarmos diariamente, seja por meio de mensagens de texto ou por vídeo chamadas. Tivemos que nos reinventar, mas a relação não foi prejudicada, acredito que ficou ainda mais forte”, conta Jonas Chicuta. O casal completa dois anos de relacionamento no dia 12 de junho, por coincidência, a data em que é comemorado o dia dos namorados. Jonas demonstra sua frustração por não poder levar a amada para uma viagem ou passeio diferente do habitual, principalmente por coincidir com esse dia, contudo, ele diz entender que o momento que estamos vivendo pede uma postura diferente e que se resguardam agora para aproveitar futuramente, quando tudo isso passar. O mês de junho parece ser o mês que muitos casais alagoanos comemorarão o relacionamento, como é o caso de Júlia Rocha, que está em um namoro de 11 meses com Emília dos Santos e juntas planejavam aproveitar o grande dia curtindo as belas praias da cidade de Maragogi. A quarentena fez com que mudassem seus planos, mas as jovens não se entristecem, porque estão confiantes que poderão aproveitar quando o momento passar. A rotina de Júlia Rocha e sua namorada era bastante interligada, por estudarem na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), se viam todos os dias, agora estão precisando controlar a vontade de ficarem juntas. “Praticamente tudo que fazíamos juntas mudou. Antes da pandemia, nós tínhamos uma rotina de se ver basicamente todos os dias, até porque estudamos na Ufal. Então, geralmente depois das aulas sempre nos víamos, ou íamos fazer algo juntas no shopping, cinema. Mas com a pandemia isso se tornou impossível”, disse Júlia Rocha. Ela conta que atualmente se encontram apenas uma vez por semana e tomando todos os cuidados possíveis e diz também que a situação não diminuiu ou esfriou sua relação, uma vez que utilizam a tecnologia a favor do casal, trocando mensagens constantemente durante o dia.

A universidade era um local de encontro entre muitos jovens de Maceió, assim como locais de lazer, como cinemas e parques, que segundo Lucas Amorim, fazia parte da rotina com seu namorado, Lucas Cardoso. “Antes da quarentena nos víamos quase todos os dias, tanto na universidade quanto indo para casa um do outro. Sentimos falta de atividades juntos, como ir para o cinema, que era um hábito nosso. Sair para comer fora e até caminhar na orla, tivemos que parar com tudo”, lembrou Lucas Amorim.

O casal também vem usando as redes sociais para matar a saudade. De acordo com Lucas, fazer ligações e videochamadas se tornou parte da rotina do casal. Ele conta também que a relação não esfriou com a distância, pelo contrário, ele diz que a saudade faz com que queiram cada vez mais ficar perto um do outro.

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