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Nº 5871
Cidades

CRESCE PROCURA POR DEXAMETASONA NAS FARMÁCIAS DE AL

Apesar dos bons resultados apontados pela Universidade de Oxford, medicamento não deve ser usado em casos leves da Covid

Por william makaisy | Edição do dia 18/06/2020

Matéria atualizada em 18/06/2020 às 06h31

Maceió, 17 de junho de 2020 
Farmácia vendendo o medicamento  Dexametasona, que está sendo usado em pacientes com Covid-19 em Alagoas - Brasil.
Foto: ©Ailton Cruz
Maceió, 17 de junho de 2020 Farmácia vendendo o medicamento Dexametasona, que está sendo usado em pacientes com Covid-19 em Alagoas - Brasil. Foto: ©Ailton Cruz | © Ailton Cruz

Em meio à pandemia do novo coronavírus continuam sendo investigados medicamentos e vacinas que possam ser usados no tratamento da Covid-19. Entre as pesquisas, um estudo realizado pela Universidade de Oxford comprovou a eficácia do corticoide dexametasona na redução das mortes por Covid-19. Com a descoberta de sua eficácia em casos graves da Covid-19, o medicamento começou a ser procurado pelos alagoanos, contudo, o Conselho Regional de Farmácia (CRF/AL) salienta que seu uso é apenas hospitalar.

Em nota, o secretário-geral do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL), Daniel Fortes, explicou que, desde o início da pandemia, os corticosteroides, como a dexametasona, metilprednisolona e hidrocortisona já vinham sendo utilizados no tratamento das formas mais graves da Covid-19, a exemplo do combate a inflamação mais intensa provocada pelo vírus no organismo. Ele frisou também que, seu uso foi muito defendido pela maioria dos profissionais que trabalham com informações baseadas em pacientes internados.

Contudo, o secretário reforçou que, o uso de corticosteroides, como a dexametasona, na fase viral da Covid-19, seja por via oral ou injetável, diminui a resposta imunológica do usuário, podendo aumentar a capacidade de infecção e desenvolvimento de sintomas (incluindo os graves). Segundo ele, precisa ser levado em consideração os efeitos colaterais do medicamento antes de seu uso, além claro, o risco do surgimento de infecções. Daniel pontua também que existem riscos no uso do dexametasona na fase leve da doença, uma vez que, sua efetividade é mostrada em casos mais graves da doença.

FARMÁCIAS

Uma das principais preocupações do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL), seria que o uso do medicamento fosse feito pela população de forma indiscriminada, algo que, segundo o farmacêutico, Misael Araújo, já está acontecendo. “De terça-feira para cá aumentou muito a procura por dexametasona, de um dia para o outro conseguiram acabar com todo o meu estoque. Tentamos explicar que cada caso é um caso mas as pessoas querem levar mesmo assim”, contou. “Outros medicamentos, como antitérmicos, antibióticos, analgésicos, e alguns corticoides, também sofreram aumento na procura, o que leva a falta do produto. E, em grande parte dos casos as pessoas procuram porque acham que funciona contra o vírus porque ouviram alguém dizer. Azitromicina é um medicamento que ainda está em falta também”, disse. O aumento da procura também foi sentido pelo farmacêutico José Valdo, que diz que, a procura é tamanha, que o medicamento está faltando até em distribuidoras. “A procura aumentou depois que saiu na imprensa que era um remédio efetivo no tratamento em casos mais graves. Quando procuram é sempre querendo estocar, comprar de várias caixas. Aqui não tem mais nenhum e nas três distribuidoras que liguei também não tinha mais”, relatou o farmacêutico. Ele conta que, apesar do medicamento não precisar de receita médica, não pode ser usado indiscriminadamente, uma vez que, possui efeitos colaterais. “Até o momento não há restrição de receita, pode ser que isso mude já que o pessoal está querendo estocar em casa. É bom lembrar que, não é um medicamento para prevenção do coronavírus, e pode oferecer riscos no seu uso”, finalizou.

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