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EMPRESÁRIOS AFIRMAM ESTAR PRONTOS E AGUARDAM ABERTURA DA ECONOMIA

Expectativa para a retomada das atividades econômicas aumenta com a proximidade de mais um prazo para distanciamento social

Por THIAGO GOMES e GREYCE BERNARDINO - REPÓRTERES | Edição do dia 30/06/2020

Matéria atualizada em 30/06/2020 às 06h35

Shoppings já fizeram as adequações necessárias para a retomada do funcionamento
Shoppings já fizeram as adequações necessárias para a retomada do funcionamento | © Ailton Cruz

Representantes do setor produtivo se reuniram, na manhã desta segunda-feira (29), na Associação Comercial de Maceió, no bairro do Jaraguá, para definir as medidas que o segmento pretende adotar na reabertura gradual da economia, que pode finalmente ser marcada para amanhã, 1º de julho, com o governo contemplando setores incluídos na segunda etapa de protocolos, no caso lojas do comércio com área de até 400m², salões de beleza e barbearias, além das igrejas. Com base nos números da pandemia registrados no fim de semana, o governador Renan Filho (MDB) decide a respeito no dia de hoje, quando perde a validade o último decreto que baixou sobre o isolamento social no Estado. Os empresários dizem que, caso as lojas sejam autorizadas a funcionar já nesta semana - visto que há essa expectativa -, estão prontos e o trabalho será feito de forma responsável e seguindo todas as regras de prevenção à Covid-19. Dentre as adequações está o uso obrigatório de máscaras, disponibilização de álcool em gel, assim como controle de entrada e distanciamento entre os clientes. Com isso, o setor torce para receber a autorização de reabertura. O comércio de rua e os shoppings, por exemplo, são os mais interessados nesta flexibilização do isolamento social prevista pelo governo de Alagoas. Os estabelecimentos estão fechados desde o início das medidas de distanciamento, impostas pelo Estado, como prevenção ao avanço do novo coronavírus. São quase 100 dias de portas fechadas com efeitos devastadores. O setor estima mais de 2,5 mil demissões e cerca de 300 lojas que faliram por não suportar tanto tempo sem funcionar. E o número pode aumentar, segundo o presidente da Aliança Comercial de Maceió, Guido Júnior. “Não entendemos por que só o comércio sofre nesta quarentena, quando supermercados, bancos, lotéricas e outros estabelecimentos estão abertos e cheios de gente”. Guido revela que o setor deve demorar muito para se recuperar das perdas nefastas causadas pela pandemia, no prazo mínimo de oito meses. “Vínhamos numa retomada do comércio. O varejo vinha crescendo mês a mês, e aí surge o coronavírus no meio do caminho. Estimamos que, em menos de 8 meses, o comércio não se recupere dos prejuízos deste período. A situação está insustentável e até suicídio já aconteceu entre o empresariado”. Logo ao abrir a reunião, o presidente da Associação Comercial de Maceió, Kennedy Calheiros, não escondeu a frustração das medidas do governo para com o comércio/economia de Alagoas. Para ele, não tem cabimento outros setores estarem funcionando normalmente, enquanto o comércio se mantém com as portas fechadas. “Estamos trabalhando, junto aos nossos associados, para que, com a devida segurança que o período requer, a gente volte às atividades”, destacou Kennedy Calheiros. Representantes dos shoppings também demonstraram preocupação, tendo em vista que os centros de compras só seriam autorizados a funcionar quando o Estado avançasse à fase amarela do protocolo sanitário de distanciamento social. Antes desta etapa, ainda há a laranja, permitindo a abertura somente de lojas de rua com até 400 metros quadrados, além de salões de beleza, barbearias e templos religiosos com capacidade de até 30% de lotação. Os empresários deste ramo garantem que o ambiente nos shoppings é considerado mais seguro em comparação com o comércio de rua, e dizem lamentar que a situação esteja acontecendo somente para atender a política. Eles sugeriram que apenas as lojas comerciais funcionassem, mas não foram atendidos. Além da Associação Comercial e da Aliança Comercial, representantes da OAB/AL [Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas], do sindicato dos lojistas, da associação dos shoppings e vários empresários participaram da reunião nesta segunda-feira.

RETRAÇÃO DA ECONOMIA

No início de junho, um levantamento divulgado pela Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) revela que a pandemia do novo coronavírus provocou retração em diversos setores da economia de Alagoas no mês de maio. De acordo com o documento, o setor de vestuário foi o mais atingido, com uma retração de 81,55% na receita, quando comparado ao faturamento registrado em meio de 2019. Em terceiro lugar aparecem o setor de combustíveis alagoano, com uma retração de 22,58% no mês passado. No geral, a economia de Alagoas registrou uma queda de 3,86% em maio, ante maio de 2019. Contribuíram para isso também a indústria, que registrou resultado negativo de 3,28% - com ênfase para o setor de plástico, que recuou 29,45%, e de bebidas, com uma retração de 11,30%. A retração só não foi maior porque setores como o de supermercados - com um crescimento de 31,38% -, de medicamentos (alta de 20,92%) e de materiais de construção (11,65%) equilibraram os números.

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