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COVID JÁ INFECTOU 23 PADRES NO ESTADO

Levantamento divulgado esta semana pela Comissão Nacional de Presbíteros (CNP) - órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - aponta que 23 padres já foram infectados pelo novo coronavírus, sendo que um deles - o padre Nilton Marqu

Por CARLOS NEALDO EDITOR DE ECONOMIA | Edição do dia 31/07/2020

Matéria atualizada em 31/07/2020 às 06h00

Levantamento divulgado esta semana pela Comissão Nacional de Presbíteros (CNP) - órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - aponta que 23 padres já foram infectados pelo novo coronavírus, sendo que um deles - o padre Nilton Marques, que atuava na Paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro da Levada - acabou não resistindo e faleceu em decorrência da doença, no dia 11 de junho deste ano. O número de padres que testaram positivo para a Covid-19 em Alagoas corresponde a 6,2% dos 368 casos envolvendo padres registrados em todo o País. De acordo com o levantamento da CNP, até a última terça-feira (28), 21 padres tinham morrido em decorrência da Covid-19 em todo o País. O levantamento da comissão revela que Maceió apresenta o maior número de casos de padres infectados com o novo coronavírus, com onze registros. Em seguida aparecem os municípios de Penedo, com nove ocorrências, e Palmeira dos índios, com três casos. Além dos 368 padres que testaram positivo para a Covid-19 em todo o País, 11 bispos testaram positivo para a doença em todo o País. Dois deles não resistiram e acabaram falecendo. Um dele foi o bispo alagoano Dom Henrique Soares da Costa, de 57 anos, que não resistiu às complicações provocadas pela Covid-19 e morreu no dia 18, no Hospital Memorial São José, do Recife. Ele exercia a função de bispo na Diocese de Palmares desde 2014.

ARCEBISPO PEDE CALMA AOS FIÉIS

Apesar de já haver permissão para funcionamento em Alagoas, as igrejas católicas continuam fechadas, com as missas sendo realizadas de forma on-line, o que tem gerado muitas cobranças por parte dos fiéis. Durante celebração nessa quarta-feira, o arcebispo metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz,, pediu que todos tenham calma. D. Antônio comparou a atual situação com o trecho extraído de São João. “O mesmo que aconteceu com Marta, repete-se conosco neste tempo de pandemia, como a cobrança para reabrir as igrejas já que tudo está quase funcionando. Mas o que Jesus diz a ela? Acalma-te”. Durante a celebração, Dom Antônio expôs a situação vivida na capital com a flexibilização nas últimas semanas, lembrando ainda que a desobediência do decreto estadual em Maceió pode levar o Estado a “fechar tudo novamente”. “O Centro está cheio, as feiras no Benedito Bentes e Jacintinho com pessoas sem máscaras; e a mesma situação se repete no interior. As pessoas estão fazendo de conta que nada existe, mas ele [o governador] deixou claro que podemos chegar ao ponto de fechar tudo novamente”.

Em reunião realizada por meio de videoconferência, o Clero da Arquidiocese debateu e apresentou o protocolo sanitário final para a reabertura das igrejas, mas sem uma data definitiva ainda.

“Vamos preparar as nossas igrejas para que, no momento oportuno, o bispo diga qual será o dia. Tudo muito tranquilo, seguindo as determinações desse documento que foi estudado pelos padres e contou com a participação dos médicos infectologistas que estão na linha de frente no enfrentamento à pandemia”. O arcebispo falou sobre os dias que passa refletindo sobre a atual situação. “Sou responsável pelo povo católico desta arquidiocese e há uma grande responsabilidade sobre as minhas contas. Desde o dia 20 de março estou firme neste lugar, onde transformei a minha capela pessoal em uma Catedral, onde falo com todo o povo e vocês comigo. Não quero que no futuro, digam que nós fomos um dos propagadores deste vírus”. A homilia do metropolita foi encerrada com palavras de esperança. “Vamos seguir com a coragem do Evangelho e a esperança vinda de Jesus, mantendo firme esta corrente do bem”.

D. Antônio Muniz disse que reabertura das igrejas ainda está sendo avaliada
D. Antônio Muniz disse que reabertura das igrejas ainda está sendo avaliada - Foto: Assessoria
 


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