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Cidades

FAMÍLIA COBRA PARADEIRO DE CORPO DE BEBÊ

Após completar dois dias, o desaparecimento do corpo de um bebê em uma maternidade de Maceió ainda segue sem qualquer esclarecimento. Em nota, a Maternidade Nossa Senhora de Fátima, local onde o fato aconteceu, afirmou que o protocolo obstétrico para cond

Por Pâmela de Oliveira | Edição do dia 29/10/2020

Matéria atualizada em 29/10/2020 às 08h26

Após completar dois dias, o desaparecimento do corpo de um bebê em uma maternidade de Maceió ainda segue sem qualquer esclarecimento. Em nota, a Maternidade Nossa Senhora de Fátima, local onde o fato aconteceu, afirmou que o protocolo obstétrico para condução de parto de feto morto foi realizado.

À Gazeta de Alagoas, a família afirmou que pretende entrar com representação no Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), contra a maternidade. Eles temem que o feto tenha sido despejado em lixo hospitalar. Issael Carlos, pai da criança, relatou que foram cerca de quatro dias de tentativas e intervenções para que o bebê fosse retirado por meio de parto normal. Ele diz que, desde então, a conduta da equipe médica do hospital era questionável. “No tempo que ficamos internados para retirar o feto, foram induzidas várias medicações. Devido ao tempo da gestão, que já era de oito meses, era arriscado uma cesárea, mas eles não nos explicavam dessa forma, era com grosseria. É um absurdo o tratamento que recebemos”, contou.

Após o procedimento de parto normal ser concluído na segunda-feira (26), a família afirma que todos os procedimentos foram feitos para que o corpo pudesse ser retirado e para que o sepultamento fosse realizado. Porém, foram surpreendidos com a falta de informação da localização do feto. “Estava tudo combinado e quando chegou na segunda-feira fomos surpreendidos. Ninguém sabia de nada, tentaram nos enganar. No dia seguinte, colocaram outro corpo pra que pudesse passar, mas eu reconheci que não era o bebê. Isso é desgastante, o que eu e minha esposa estamos passando não é nada humano” disse Issael.

A família reclama da falta de respostas e teme que o corpo do bebê tenha sido despejado junto com o lixo hospitalar da maternidade. O pai da criança afirmou que, no momento, reúnem todas as documentações para entrar com uma representação formal contra o hospital. “Não temos mais respostas. Tenho certeza de que não terá resolução, acredito que o corpo do meu filho tenha ido junto com o lixo hospitalar. Estou juntando as documentações necessárias pedidas pelo advogado e vamos entrar com uma representação, é desumano o que fizeram com minha família”, concluiu. Por meio de nota, o Hospital da Mulher e a Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima, afirmaram estar tomando providências, mas não deram nenhuma informação acerca da localização do corpo do bebê.

CONFIRA NOTA NA ÍNTEGRA:

“O Hospital da Mulher Dr.ª Nise da Silveira/Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima informa que a paciente Maria Ariane Ferreira do Espírito Santo foi admitida na unidade hospitalar na segunda-feira (19/10), portando o exame de ultrassonografia que confirmava a gestação única em óbito fetal. O marido da paciente, Israel Carlos da Silva, procurou a Ouvidoria e os fatos narrados foram reportados à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e, a partir disso, o Hospital da Mulher Dr.ª Nise da Silveira/Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima está tomando as devidas providências.

O Hospital da Mulher Dr.ª Nise da Silveira/Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima esclarece, desde já, que a equipe médica realizou todo o procedimento conforme o Protocolo Obstétrico para Condução de Parto de Feto Morto.”

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