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SANTA MÔNICA LANÇARÁ CAMPANHA PARA INCENTIVAR DOAÇÃO DE LEITE MATERNO

Agosto Dourado terá divulgação nas redes sociais da maternidade a partir de segunda-feira

Por WANESSA FRANÇA | Edição do dia 29/07/2021

Matéria atualizada em 29/07/2021 às 04h00

Maceió, 28 de julho de 2021
Banco de leite da Maternidade Escola Santa Monica. localizada na  Av. Comendador Leão, S/N - Poço, Maceió. Alagoas - Brasil.
Foto:@Ailton Cruz
Maceió, 28 de julho de 2021 Banco de leite da Maternidade Escola Santa Monica. localizada na Av. Comendador Leão, S/N - Poço, Maceió. Alagoas - Brasil. Foto:@Ailton Cruz | @Ailton Cruz

Com o intuito de atrair mais doadoras de leite materno, a Maternidade Escola Santa Mônica lançará na próxima segunda-feira (2) a campanha do Agosto Dourado. A divulgação das ações será feita semanalmente, através das redes sociais da maternidade. “A proteção do aleitamento materno” é o tema da campanha e busca conscientizar mães, pais e sociedade da importância da amamentação nos primeiros meses de vida da criança.

Além disso, a ação do agosto dourado contará com pontos de coleta para vidros de café espalhados nos shopping centers da cidade. O recipiente tem a função de armazenar o leite materno assim que é doado.

Ainda, as campanhas não se concentram apenas ao mês de agosto, como as mães que produzem em excesso vão diminuído o volume de leite, é preciso que haja novas doadoras para suprir as quantidades que o banco de leite precisa.

Segundo da fisioterapeuta e consultora em amamentação, Mirella Nobre, o leite humano é capaz de se adequar às necessidades do bebê, por isso é essencial para a criança. “. Se ele fica doente por exemplo, uma mágica acontece e o leite envia anticorpos para fortalecer seu sistema imunológico. É incrível ver como os componentes do leite podem mudar a depender da necessidade de cada criança. Na amamentação, o bebê encontra absolutamente tudo que ele necessita para se nutrir e se desenvolver bem: vitaminas, minerais, gorduras, proteínas, probióticos, hormônios, enzimas e anticorpos ( que ajudam no combate as infecções). Por esses e outros motivos, precisamos tanto do Agosto Dourado, pois ele nos lembra que a Amamentação é o padrão Ouro para a alimentação infantil e que toda alternativa, deve ser comparada e questionada. Não podemos dizer aos pais em hipótese alguma, que os benefícios de cada leite são os mesmos. É injusto com eles, e com os bebês. A informação deve ser correta, para que cada família tenha direito à uma escolha consciente”, explica.

Ela afirma que os benefícios da amamentação vão além da boa nutrição. “. Ele é extremamente importante para a saúde emocional também, os bebês se sentem mais seguros, relaxados, e pra quem amamenta, pode ajudar também no processo da depressão pós-parto (busque ajuda profissional). A amamentação prepara a musculatura do bebê para mastigar sólidos, respirar bem, falar. Podemos ver que seu papel é fundamental na saúde, crescimento e no desenvolvimento infantil. Foi graças a amamentação que nos desenvolvemos como espécie. Amamentar reduz as taxas de infecções, mortalidade, desigualdades, danos ambientais”. Conforme estudos, bebês amamentados têm menos chance de desenvolver obesidade, diabetes, colesterol alto, alergias, alterações posturais. “A expectativa de vida de quem foi amamentado é maior. Nos países pobres é a amamentação que protege contra mortalidade. Novos estudos têm nos mostrado sobre os efeitos a longo prazo na inteligência das crianças amamentadas. O leite humano é muito rico em substâncias que são essenciais para a formação do cérebro. E para quem amamenta? Reduz os riscos de hemorragia no pós-parto, de câncer de mama e ovário. Perdemos cerca de 800 mil crianças e de 20 mil mulheres vitimadas pelo câncer de mama, a cada ano. Vidas que poderiam ser poupadas se em nosso país todos os meses fossem como o Agosto Dourado, repletos de postagens e campanhas pró-aleitamento. Desde 2012, a última semana do Agosto Dourado é Semana da Amamentação Negra. Nos EUA, temos dados mostrando que bebês negros morrem de duas a três vezes mais. No Brasil, ainda não temos dados específicos, precisamos ter”, afirma. A Organização mundial da Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) recomendam o aleitamento materno até os 2 anos ou mais e o aleitamento exclusivo até os primeiros seis meses de vida.

BANCO DE LEITE

Em Maceió, além da maternidade Santa Mônica, o Hospital Universitário (HU) atende as demandas referentes as doações e repasse de leite materno. São em média 69 doadoras e, no último mês, mais de 36 mil ml de leite pasteurizado.

Mesmo com a pandemia de Covid-19, o número de doações não diminuiu. Com uma rotina rígida de biossegurança, o leite coletado passa por análise antes de ser fornecido, com isso não houve mudança nas regras para a doação. “O banco de leite humano do HU continua precisando de frascos para que a gente possa coletar esses leites que são doados. A nossa situação, no momento, não é crítica, mas é uma situação que precisa da constante doação de leite materno” informa Dr. Rosângela, responsável pelo banco de leite do HU.

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