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FAKE NEWS ATRAPALHARAM O COMBATE À DOENÇA NO INÍCIO

Na avaliação do infectologista Reneé Oliveira, a Covid-19 chegou em todas as classes sociais, mas afetou com mais gravidade quem não tinha acesso à saúde, no caso os mais pobres. “Foi tudo igual. No começo tinha mais os idosos, com renda melhor, mas iss

Por regina carvalho | Edição do dia 18/09/2021

Matéria atualizada em 18/09/2021 às 04h00

Na avaliação do infectologista Reneé Oliveira, a Covid-19 chegou em todas as classes sociais, mas afetou com mais gravidade quem não tinha acesso à saúde, no caso os mais pobres. “Foi tudo igual. No começo tinha mais os idosos, com renda melhor, mas isso não foi fator de proteção não. A doença tem muito do comportamento como a relutância em usar máscara, questão do distanciamento e depois a questão da vacina. Não vi diferença entre as classes sociais, mas houve diferença em relação à gravidade da doença sim, porque tem a questão do acesso, as pessoas davam entrada pelas UPAs e quando chegavam lá já era numa situação adiantada, diferente de quem tem acesso mais fácil à saúde. Quando entravam já era pré-intubação”, explica. O médico recorda que no início da pandemia muitas notícias falsas atrapalharam e que as pessoas se informavam pelo Whatsapp. “Conversas sem pé, nem cabeça e muita gente retardou o tratamento. Depois o uso da máscara, houve muita desinformação e depois a vacina, mas isso mudou e a maioria está querendo tomar vacina. O que está faltando é completar a segunda dose”, finaliza.

“O governo federal só enviou as vacinas a partir de janeiro por pressão de governos estaduais e municipais e mesmo assim porque houve uma politização da vacina e aí sim a gente efetivamente a gente teve o início do processo de imunização, mas foi muito lento. Eu diria que a gente poderia ter uma situação muito mais confortável hoje se essas vacinas tivessem chegado no momento adequado, de forma antecipada, se tivessem sido compradas de forma antecipada e a gente tivesse aproveitado melhor nosso sistema único de saúde que tem dado um show em relação à execução da vacinação”, lembra Luciana Santana.

A professora da Ufal reforça que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem capacidade, que se mostrou forte quando a gente teve a vacina à disposição para ser executada. “Então eu acho que o Sistema Único de Saúde fez com que a gente tivesse uma situação hoje menos grave. A gente ainda não vive uma situação confortável, isso precisa ser dito. A gente poderia ter saído muito mais fortalecido se a gente tivesse tomado as melhores decisões de políticas públicas desde o início da pandemia”, acrescenta.

Luciana reforça que houve um subaproveitamento do sistema único de saúde em momentos que poderiam ser estratégicos, especialmente em relação à atenção primária e utilização de profissionais de saúde para acompanhar diretamente pacientes e pessoas com sintomas. “De qualquer forma hoje a gente tem uma situação menos trágica ou de certa calmaria, porque a vacinação está acontecendo. Isso vale para qualquer epidemia. Se você tem uma maior porcentagem de pessoas imunizadas você cria bloqueios para que se reduza a contaminação e proliferação do vírus”, conclui. rc

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