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terça-feira, 19/08/2025 | Ano 91 | Nº 6035
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CBTU AGUARDA POR PROJETO DA BRASKEM PARA NOVA ROTA DO VLT

Minas da indústria química causaram prejuízo estimado em R$ 1,2 bi a tráfego de trens urbanos; autarquia quer financiamento das obras

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A Braskem deveria entregar em dezembro à Companhia Brasileiro de Trens Urbanos de Alagoas o projeto com o novo traçado do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) Maceió - Rio Largo. A mineradora não entregou e conseguiu a prorrogação de prazo para entrega do projeto. A direção nacional da autarquia federal entrou com ação na justiça para cobrar pelos transtornos e prejuízos à empresa e aos usuários do sistema, que passam de R$1,2 bilhão. O montante prevê a construção do novo trajeto do VLT por causa do perigo de “afundamento” do solo em parte do trajeto original.

O tráfego do VLT está interrompido entre os bairros de Bebedouro, Mutange e Bom Parto por conta de afundamentos de minas da indústria. Um acordo entre as partes foi firmado com ajuda do Judiciário e gerou a elaboração de cinco projetos que estão sendo executados por uma consultoria internacional contratada pela mineradora. Apenas um projeto será selecionado pelos técnicos da CBTU.

O projeto da nova linha férrea prevê nova rota que passará pela parte alta da capital e longe das áreas de risco, onde estão localizados as minas de sal gema da empresa química. Os técnicos da autarquia confirmaram que os projetos em estudos preveem a realocação da linha férrea que interliga o bairro de Jaraguá ,em Maceió, à estação de Lourenço Albuquerque, em Rio Largo.

A empresa propôs o acordo que estabelece a construção da nova rota férrea. Além dos transtornos no sistema de transporte de passageiros, a autarquia admite que perdeu mais de 11 mil passageiros/dia devido os problemas. As linhas de trem foram interditadas entre as estações de Bebedouro a Bom parto. A população moradora da área interditada [mais de 80%] já foi retirada e indenizada.

Antes dos problemas causados pela Braskem e que interrompeu o tráfego de trens entre Maceió e Rio Largo, a companhia transportava 11 mil passageiros/dia, ou seja, 90% deles trabalhadores com baixa renda. Com tráfego em dois trechos: Bebedouro- Rio Largo e Jaraguá- Bom Parto, o número de passageiros caiu drasticamente para dois mil passageiros/dia. O preço dos transportes permanece em R$2,50.

A Defesa Civil Municipal confirma o risco de colapso na área com repercussões imprevisíveis e mantém o veto ao tráfego do VLT e dos veículos nas regiões afetadas. Hoje, o trajeto dos trens está dividido em dois trechos: norte e sul. Os passageiros fazem baldeação em ônibus fretados entre as estações de Bebedouro e Bom Parto.

Por causa do risco de afundamento do solo na região, a Braskem admite que pagará indenização, orçada inicialmente em R$1,2 bilhão. A CBTU não quer o dinheiro, cobra as obras do novo traçado dos trilhos. A informação obtida pela Gazeta foi confirmada recentemente pela gerente de operações da Companhia, Morgana Moraes. “Quando a empresa acionou a Braskem na justiça, a indústria propôs uma negociação no sentido de bancar as obras de reconstrução do novo trajeto do VLT”, revelou Morgana.

Ao ser questionado como está processo contra a Braskem, o superintendente da CBTU, Carlos Jorge Cavalcante, explicou que segue na Justiça. Segundo ele, a indústria contratou uma empresa para apresentar soluções, mas existe confidencialidade até a finalização deste trabalho.

“Temos a expectativa de que nos próximos meses a Braskem apresentará uma proposta para acabar com a baldeação que acontece entre Bebedouro e Bom Parto e de ampliação do sistema para que a população alagoana volte a ter o VLT como a principal opção de transporte confortável, seguro, pontual e barato”, acrescentou o superintendente, lembrando ainda que a interrupção do trecho e o acréscimo da baldeação em Bebedouro, causa aos nossos usuários total desconforto e falta de opção.

Com relação ao montante do prejuízo, Carlos Jorge avaliou como “incalculável” porque, segundo ele, não se trata apenas de um cálculo simples entre quantidade de usuário e valor da tarifa paga.

“A CBTU tem o papel social de oferecer uma tarifa subsidiada para que a população da grande Maceió, incluindo os municípios de Rio Largo e Satuba, principalmente a população mais vulnerável economicamente, pudesse ter como ir e vir diariamente para estudar, trabalhar, procurar emprego, fazer sua feira no mercado, vir a médicos, visitar parentes…. Isso tudo está seriamente comprometido desde a tragédia geológica”, completou Carlos Jorge.

Fontes ligadas à indústria revelam que existem cinco projetos de relocação da via férrea em estudos. Como as negociações e os estudos estão em andamento, nem a autarquia e nem a empresa revelaram detalhes a respeito do novo traçado do VLT. Porém, a ação judicial cobra ressarcimento de R$1,2 bilhão.

O prazo de conclusão da obra só será definido depois que a direção técnica da CBTU aceitar o projeto. O novo traçado da via férrea deverá contemplar infraestrutura de novas estações de embarque e desembarque, oficinas de manutenção, postos de abastecimento e outros detalhes que estão sendo estudados por uma consultoria internacional, revelou uma fonte da indústria e confirmou a gerente de operações da autarquia federal. Até agora as despesas com os consultores internacionais são bancadas pela Braskem.

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