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quarta-feira, 14/05/2025 | Ano 91 | Nº 5966
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MAIS DE 130 CRIANÇAS E ADOLESCENTES LUTAM CONTRA O CÂNCER EM AL

Somente no Veredas, das 43 pessoas atendidas no setor de oncologia, 35 delas têm idades entre 0 a 12 anos, consideradas ainda crianças

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Diagnosticada em 2021, quando tinha apenas dois anos de idade, Maria Cecília, hoje com quatro ano, luta contra leucemia linfoide aguda, um tipo de câncer do sangue e da medula óssea que afeta os glóbulos brancos. Assim como ela, ao menos 133 pessoas estão em tratamento em Alagoas contra o câncer no grupo infantojuvenil, dos 0 aos 18 anos de idade.

Ao ver a filha diagnosticada com leucemia, Rosângela Rodrigues, que mora em São Sebastião, no Agreste de Alagoas, iniciou a busca pelo tratamento de Maria Cecília. Várias internações, intercorrências, reposição de hemácias e de plaquetas, quimioterapia oral e venosa passaram a fazer parte da rotina da menina, a partir daquele ano.

A mãe Rosângela conta que a filha esteve internada, durante a pandemia, no Hospital Geral do Estado (HGE). Como parte do tratamento, ela passou a tomar quimioterapia oral. Entretanto, em três de maio de 2023, quando ela faria dois anos de tratamento, Maria Cecília teve uma recaída e foi preciso iniciar um novo protocolo.

“Nesse protocolo, ela iniciou a terapia venosa e quimioterapia oral, passando por internamento e mais intercorrência. Ao terminar o protocolo, ela fez uma mielograma e a médica viu que ela estava com uma pequena restrição na medula. Foi quando os médicos decidiram que ela precisaria fazer uma medicação chamada Blina””, conta Rosângela.

A psicóloga e coordenadora do setor de oncologia pediátrica do Hospital Veredas, Roberta Fernandes, explica que a Blinatumumabe é um medicamento usado no tratamento da leucemia. “Ele é um anticorpo que funciona direcionando as células cancerígenas e ativando o sistema imunológico do corpo para combatê-las”, explica a profissional.

Segundo ela, a blina, administrada por via venosa, é usada quando outros tratamentos já foram feitos, mas não surtiram o efeito desejado.

Receber a notícia sobre a necessidade desse medicamento deixou Rosângela ainda mais angustiada. Isso porque, o tratamento consiste na aplicação de 13 ampolas e cada uma custa o valor de R$ 12 mil, totalizando cerca de R$ 160 mil para custear o remédio.

“A gente não tem condições de comprar. Até o momento estou desempregada. Tive que sair do emprego para cuidar dela. A gente não conseguiu o benefício dela, que foi negado 4 vezes. O Bolsa Família e o Cria, que ela tem direito, foram cortados. E desde então a gente passou a sobreviver só do salário do meu esposo, que trabalha num supermercado e que recebe um salário de R$ 1.300”, desabafa a mãe.

Rosângela relata ainda que a família está desesperada. Maria Cecília precisa tomar o remédio o quanto antes. Em paralelo a isso, a menina está na fila de espera para o transplante de medula óssea. O medicamento foi judicializado e, agora, ela espera na Justiça a decisão para que o Estado custeie o remédio.

“Estamos na busca por um doador 100%, porque o pai dela é compatível, mas só é 50%. Até o momento, ela se encontra estável, mas a gente precisa urgentemente dessa medicação. Ela fica interna de 15 a 20 dias para fazer o uso e, a partir do momento que ela iniciar uma ampola, ela só pode sair quando encerrar as 13 ampolas.

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