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Nº 2
DIA DAS MÃES

MÃE SOLO, FAMÍLIA NUMEROSA E DEDICAÇÃO INTEGRAL

No final de semana do Dia das Mães, relatos de três mulheres fortes e com trajetórias diferentes

Por Tatianne Brandão | Edição do dia 11/05/2024

Matéria atualizada em 11/05/2024 às 04h00

No Dia das Mães, comemorado neste domingo (12) em todo o Brasil, celebramos não apenas o amor materno, mas também a luta diária enfrentada por mulheres fortes e com trajetórias diferentes. A maternidade é uma jornada repleta de desafios e recompensas, cheia de emoções. A Gazeta de Alagoas traz a história de três mães. Em cada uma à sua maneira, personificam a força, a dedicação e a resiliência materna.

A MÃE POR TRÁS DA MATERNIDADE EM TEMPO INTEGRAL

Para Melissa Melo, a maternidade em tempo integral foi uma escolha consciente e cheia de amor. Desde o nascimento de seu filho, Benício, ela percebeu que precisava estar presente em todos os momentos de sua vida. “Não teria condições de não estar com ele, ele precisava, ele necessitava que eu estivesse com ele. Eu não me vejo, nunca me vi saindo sete horas da manhã de casa e voltando só à noite, sete horas da noite, por exemplo. Eu nunca me vi assim, depois que eu virei mãe. Não é uma opção para mim. Claro que, se fosse o único jeito, aí tudo bem. Mas enquanto eu conseguir viver nessa dinâmica domiciliar, de trabalhar em casa, de atender de casa, de sair e atender presencialmente e voltar, para mim é perfeito”, diz Melissa.

Apesar dos sacrifícios pessoais, como pausar os estudos e abrir mão do tempo para si mesma, Melissa encontra gratificação por estar presente na vida de seu filho em cada etapa de desenvolvimento. Ela equilibra sua vida profissional com a dedicação à maternidade, buscando sempre estar disponível para Benício.

“As gratificações são muitas, mas estar presente na hora que as coisas estão acontecendo, participar de cada etapa de desenvolvimento. Eu estou ali vendo o que está acontecendo, então eu consigo ensinar, participar da construção dele como um ser humano, sabe? Então é a coisa mais linda ver as evoluções no momento que elas estão acontecendo. Não foi ninguém que me disse. Eu estava em todos os momentos. Fico até emocionada”, finaliza.

A MÃE POR TRÁS DA MATERNIDADE SOLO

A jornada de Clariza Santos como mãe solo é uma história de aprendizado, resiliência e determinação. Desde o momento em que escolheu trilhar esse caminho, ela se viu em uma mistura de incertezas, mas também de coragem. “A maternidade solo é um equilíbrio delicado entre solidão e plenitude, uma dança entre lágrimas e sorrisos”, compartilha Clariza.

Enfrentar desafios faz parte da rotina diária de todas as mães, mas para ela, a ausência de alguém para dividir as responsabilidades torna tudo ainda mais complexo. “Equilibrar as responsabilidades de cuidar sozinha das outras obrigações, como trabalho ou estudos, é uma tarefa árdua”, diz ela.

No entanto, Clariza encontra força no apoio de pessoas próximas e deseja um futuro em que famílias compostas por mãe e filho sejam melhor acolhidas.

“O apoio de pessoas próximas desempenha um papel fundamental na minha jornada. No meu caso, a terapia e a minha rede de apoio, que foi construída ao longo do tempo, me fortalecem nos momentos difíceis e me permitem celebrar as alegrias da maternidade de forma mais plena. Com isso, desejo que meu filho seja uma criança feliz recebendo todo o amor possível e, no futuro, torne-se um adulto íntegro, responsável e acolhedor com famílias de mãe e filho”, afirma.

A MÃE POR TRÁS DOS NÚMEROS

No interior de Alagoas, em São José da Laje, vive Edileuza Marcelino da Silva Campos, uma mulher cuja vida é um testemunho de amor incondicional e resiliência. Com 66 anos, ela é mãe de 18 filhos, sendo 12 vivos. “Eu teria mais filhos. Queria ter completado os 20. Tive todos com muito amor. Hoje, é o meu prazer recebê-los em minha casa”, revela.

Além dos 18 filhos biológicos, Edileuza adotou sua primeira neta e criou-a desde os primeiros meses de vida, elevando o número de filhos para 19.

A vida não foi fácil para a família Campos, que enfrentou muitas dificuldades financeiras ao longo dos anos. “Nunca consideramos isso normal”, disse a irmã mais velha, Iracema Campos. “Enfrentamos muitas dificuldades financeiras e, como mais velha, já que o primeiro filho faleceu ainda criança, acabei assumindo a responsabilidade de cuidar dos meus irmãos desde cedo”, comenta.

Apesar das adversidades, a família Campos se orgulha de ser um exemplo de cidadania. “Todos são trabalhadores, sempre elogiados. Durante o período escolar, os mais jovens, que tiveram a oportunidade de estudar por mais tempo, eram reconhecidos pelo bom desempenho acadêmico e pela educação exemplar ao se comunicar com os outros. Tudo isso é fruto dos valores transmitidos”, afirma a filha Ana Valéria, demonstrando gratidão pela herança de seus pais.

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