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Maceió,
Nº 5710
Coluna Religião

ÚLTIMA MISSA É CELEBRADA NA IGREJA DO BOM PARTO

Igreja Nossa Senhora do Bom Parto fez a sua última celebração no bairro de origem, Cambona, uma das vítimas do afundamento do solo

Por Rose Lino/Pascom Arquidiocesana | Edição do dia 05/11/2022

Matéria atualizada em 05/11/2022 às 04h00

Santa Missa na Igreja Nossa Senhora do Bom Parto foi celebrada no dia 31, presidida pelo cônego, o padre Zezinho
Santa Missa na Igreja Nossa Senhora do Bom Parto foi celebrada no dia 31, presidida pelo cônego, o padre Zezinho | Pascom Arquidiocese

No último domingo (31), foi celebrada a última missa na igreja Nossa Senhora do Bom Parto, no bairro Cambona. O referido bairro, como Pinheiro, Bebedouro e Mutange, foi vítima do acidente provocado pelo afundamento do solo. A Santa Missa foi presidida pelo cônego Claudinier José (padre Zezinho) e concelebrada pelo pároco, o padre Francisco Teixeira. A igreja ficou repleta de paroquianos e devotos de Nossa Senhora do Bom Parto para a despedida do templo. 

A Igreja tem a sua menção na história e nos mais antigos documentos. Datada do ano de 1845, era tida como uma pequena capela dedicada à Nossa Senhora do Bom Parto.

Segundo o antigo registro gráfico de Maceió, datado de 1859, a capela já possuía a sua existência, em meados do século XIX, no mapa já constava: “Igreja do Bom Parto”. Dez anos depois, a referência a capela aparece no Jornal O Beija Flor, de 24 de dezembro de 1969, onde cita que o templo foi o lugar da terceira Missa do Padre Antônio José da Costa. 

Um dos registros que se conta vem do Orbe de 28 de setembro de 1898, onde informava que no domingo anterior houve o encerramento da festividade em honra a Nossa Senhora do Bom Parto, que aconteceu as 10 horas.

No dia 8 de setembro de 1949, pelas mãos de Dom Ranulpho da Silva Farias, arcebispo metropolitano de Maceió da época, nascia a Paróquia de Nossa Senhora do Bom Parto, criada em um bairro de operários, que tinha na época a fábrica Alexandria, pertencente à família Mário Lobo Zagallo. Maceió começava a se expandir para outras localidades e o bairro do Bom Parto era um exemplo disso. A posse de seu primeiro vigário, frei Egídio de Sarroch, foi no dia 11 de setembro de 1949. 

O padre Francisco Teixeira revela que a paróquia foi fundada em função da vila operária. “Na fábrica tinham muitos operários da região do Moinho Motrisa e Brandini, atualmente bairro da Cambona, por isso a paróquia foi criada para assistência religiosa e catequética, sobretudo dos funcionários da Alexandria”. 

Vale constar alguns nomes dos frades que passaram nesta paróquia como os freis Francisco Bruno, Egídio, Antônio Carlos, Raimundo (onde existe um centro pastoral que carrega o seu nome), entre outros que se doaram a serviço desta comunidade.

A partir de 2002, a Paróquia voltou à jurisdição do clero arquidiocesano. Seu atual administrador paroquial é o padre Francisco Teixeira da Assunção, desde 2007, que permaneceu até o momento do desastre causado no solo do bairro e região.

Martha Lima, membro atuante em vários grupos e pastorais da paróquia, inclusive do Ministério de Música, fala da tristeza desse dia em celebrar a última missa na Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto. "O dia de hoje está sendo muito triste para toda a comunidade. A Paróquia deixa um legado muito grande. É como se estivéssemos passando por um despejo. O bairro está deserto e sair daqui nós tira o chão. Tudo que aconteceu é desolador e por isso fiz essa homenagem para a paróquia através da música", disse.

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