“Se a região for irrigada teremos uma pequena Petrolina (município de Pernambuco às margens do rio São Francisco que depois da irrigação passou a exportar, frutas para Europa)”, ressalta o advogado Ricardo Vitório. Ele destacou que na região tem mais de 200 hectares desapropriados e é possível chegar até 500 hectares com variedades de hortifruticultura. “Isto, se colocado em prática, mudará a realidade das famílias da região, que vivem na miséria e contando com a sorte climática”. O que se planta na região, de acordo com Vitório, é apenas para subsistência. “Enquanto do outro lado da barragem do Bálsamo, em Pernambuco, com esforço dos próprios agricultores, tem muita área plantada com diversos tipos de cultura. O cenário é verde, de fartura e trabalho o ano inteiro por causa da irrigação”, lamentou. O advogado observa que para o município e o estado superarem a situação de prejuízos nas terras do antigo povoado Caldeirão, falta tirar do papel o projeto que existe, já deu alguns passos, mas ainda precisa ser concluído com a irrigação prevista. Otimista, observou que “governador Renan Filho sinalizou positivamente e demostrou interesse. Ele (o governador) disse que tem interesse na irrigação da área, demonstrou estar trabalhando neste sentido, mas está demorando a executar o projeto”, lamentou Ricardo Vitório.
MORADORES
A maioria da população de Palmeira dos Índios (73.218, habitantes, na estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) afirma que a barragem do Bálsamo vive situação de abandono e que até bem pouco tempo só abastecia municípios de Pernambuco. O Administrador de Empresa, Oscar Medeiros, é um dos que dizem que o manancial não atende a agricultura de Alagoas e não tem nenhuma política de uso racional do manancial. “A barragem abastece o município de Bom Conselho há mais de 20 anos. Agora, recente, começou a atender a população dos municípios alagoanos de Estrela de alagoas e Minador do Negrão”. Oscar Medeiros reclamou que os agricultores de Palmeira vivem praticamente nas margens do manancial e não têm como desfrutar por falta de projeto de irrigação. O agricultor José Manuel de Vicente considerou que a barragem “é um paraíso abandonado pelo setor público”. Segundo ele, “cada governo que entra em Alagoas promete aproveitar a barragem. Mas, efetivamente, não faz nada. Nos períodos de eleitorais, os candidatos aparecem, prometem e, hoje, é só ir lá para ver: do lado de Alagoas não tem nada e do lado de Bom conselho, tudo é verde”, disse o agricultor, que já teve propriedade próximo a barragem e desistiu de esperar pela irrigação.