Gazeta de Alagoas
Pesquise na Gazeta
Maceió,
Nº 5693
Pesquisa

VENDAS NO COMÉRCIO DE MACEIÓ RECUAM 6,44% EM DEZEMBRO

Para a Fecomércio de Alagoas, a queda nas vendas na capital, na comparação com dezembro de 2018, é reflexo da economia do País

Por Carlos Nealdo* | Edição do dia 23/01/2020

Matéria atualizada em 23/01/2020 às 06h00

Em todo o País, houve crescimento de 1,2% na Intenção de Consumo das Famílias
Em todo o País, houve crescimento de 1,2% na Intenção de Consumo das Famílias | Felipe Nyland

As vendas no comércio de Maceió recuaram 6,44% em dezembro de 2019, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias divulgada nesta quarta-feira, 22, pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio-AL). Na comparação com outubro, o desempenho do comércio registrou alta de 2,1%. Para a Fecomércio, a queda nas vendas na comparação anual é reflexo da economia, que influenciou o indicador sobre a manutenção do emprego, que recuou 0,2% em dezembro. “Mesmo em dezembro, quando o décimo terceiro aumenta o volume financeiro em circulação, os consumidores da capital ainda estavam incertos sobre a manutenção de seus empregos e isso fez com que ficassem mais contidos na hora das compras”, ressalta o assessor econômico da Fecomércio-AL, Felippe Rocha. Segundo a pesquisa, feita em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a renda em dezembro apresentou elevação em 1%, comparado com o mesmo período do ano anterior, mesmo com a inflação tendo encerrado 2019 em 4,31%, acima dos 3,75% registrados em 2018.

BRASIL

Em todo o País, segundo a CNC, a Intenção de Consumo das Famílias chegou a 97,1 pontos em janeiro, alcançando seu melhor resultado para um mês de janeiro desde 2015. Segundo a pesquisa, em relação ao mesmo período de 2019, houve crescimento de 1,2%. Com o ajuste sazonal, a ICF apresentou uma retração mensal de 0,3%. Apesar de ser a segunda consecutiva na série dessazonalizada, a queda foi menos intensa do que a registrada em dezembro de 2019 (-0,8%). De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os números mostram que os consumidores estão cautelosos com seus gastos no curto prazo, mas representam um cenário mais otimista no longo prazo, além de serem um indicativo de que a economia brasileira deve ter um 2020 melhor que 2019. “Os resultados estão alinhados com uma melhora da percepção econômica, já sinalizada pelo aumento da confiança dos empresários do comércio, que também teve seu melhor janeiro em anos. Os indicadores medidos neste primeiro mês traduzem uma recuperação gradual, impulsionados pela inflação baixa e redução nas taxas de juros”, afirmou, em nota.

CRÉDITO

O item acesso ao crédito apresentou aumento de 0,3% na passagem de dezembro para janeiro, após queda de 1,2% em dezembro. O indicador atingiu 91,7 pontos, o maior nível desde maio de 2015. Na comparação anual, o crescimento foi de 5,6%. Segundo a CNC, a melhora na percepção das famílias em relação ao mercado de crédito também pode ser observada pela redução da quantidade de brasileiros que acredita que comprar a prazo está mais difícil: 39% contra 39,7% em dezembro e 40,5% em janeiro de 2019. A parcela de brasileiros que avaliou o momento como positivo para comprar bens duráveis atingiu 34,6%, o maior percentual desde abril de 2015 e acima dos 32,7%, observados no mês anterior, e dos 32% registrados em janeiro passado. Dos sete componentes da ICF, este foi o item que apresentou as maiores variações positivas em ambas as bases de comparação – mensal (+3,3%) e anual (+7,4%) –, chegando ao melhor patamar desde abril de 2015. Outro destaque da pesquisa foi o indicador renda atual, que apresentou crescimento de 3,8% em relação a janeiro do ano passado, chegando a 112,7 pontos e alcançando o maior nível desde maio de 2015. O item registrou retração no comparativo mensal, com queda de 1,3%. O item emprego atual contabilizou queda de 1,6% na passagem de dezembro para janeiro. Segundo a economista da CNC responsável pelo estudo, Catarina Carneiro da Silva, essas quedas podem ser explicadas pelo fato de janeiro ser um mês em que uma parte dos contratos de empregos temporários é encerrada. “Normalmente, também há uma redução de renda neste período, visto que os funcionários não sentem os efeitos do benefício do décimo terceiro e da disponibilidade do saque do FGTS, como em dezembro. Além, claro, dos gastos sazonais no início do ano, como IPTU, IPVA e matrículas escolares.”, concluiu.
*Com informações da Agência Brasil.

Mais matérias desta edição