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Economia

CONSTRUÇÃO CIVIL DEVE PUXAR RETOMADA DO EMPREGO EM ALAGOAS

Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, José Carlos Lyra diz que a recuperação do setor permanece em curso

Por Hebert Borges | Edição do dia 25/01/2020

Matéria atualizada em 25/01/2020 às 06h00

José Carlos Lyra de Andrade: “Esperamos que esse movimento positivo se consolide”
José Carlos Lyra de Andrade: “Esperamos que esse movimento positivo se consolide” | Arquivo GA

A aposta da indústria para a retomada do emprego em 2019 está no setor da construção civil. A estimativa é do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), José Carlos Lyra de Andrade. Em entrevista à Gazeta de Alagoas, o empresário comentou ainda o primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro e questões como alta do dólar e inflação. O industrial diz confiar na retomada do emprego, principalmente em setores como a construção civil, porque, segundo ele, a recuperação do segmento permanece em curso. “Esperamos que esse movimento positivo se consolide com a retomada do Minha Casa, Minha Vida. É um programa que gera empregos, renda e faz a economia girar”, avalia. O presidente da FIEA diz que diante do cenário econômico muitas indústrias têm se adaptado à crise. Além da recuperação da construção civil ele comenta que outros segmentos também têm empenhado esforços. “O setor de alimentos mantém-se estável, com indústrias investindo na diversificação de produtos e melhorias na produção. Na área da química e do plástico, possuímos empresas que adquiriram novas máquinas e tecnologias, ampliando a produtividade. Investimentos em inovação e tecnologia também foram positivos para o setor da moda, que tem apoio da Federação das Indústrias”, pontuou. No entanto, José Carlos Lyra de Andrade lembra que a indústria alagoana está inserida no contexto nacional, onde se enfrenta problemas como a falta de demanda, o excesso de estoques, que acaba elevando os custos, além da situação financeira debilitada das empresas, que acaba adiando decisões sobre a produção e o emprego. Além disso, o presidente da FIEA explicou que a inflação baixa não traz muitos impactos para o setor, porém, o dólar alto é bom para quem exporta e ruim para quem importa, como o setor da química. “Hoje, assistimos a uma queda nas exportações de açúcar e de álcool, ao mesmo tempo em que crescem as importações para atender ao comércio que, juntamente com setor de serviços, se aproxima de 74% do Produto Interno Bruto (PIB) alagoano”, conta. Ao avaliar o primeiro ano de governo do presidente Jair Bolsonaro, o presidente da FIEA pondera que, no campo econômico, “o governo Bolsonaro deu sequência às reformas que o Brasil precisa para crescer. Isso já reflete na retomada da economia que, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), deve registrar expansão de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. O investimento, que deve crescer 6,5% em 2020” Sobre um possível projeto de reforma tributária, ela ressalta que ainda não existe um projeto consolidado. “Qualquer coisa que se fale neste momento é apenas uma tentativa de antecipar o futuro. Mas, defendemos uma reforma que torne a indústria brasileira cada vez mais competitiva que ataque o problema da cumulatividade que acaba incidindo sobre toda a cadeia produtiva”, opinou. De acordo com a Pesquisa de Investimentos em Alagoas, elaborada e publicada pela FIEA, em setembro de 2019, as expectativas de investimento das empresas no ano passado ficaram em um patamar acima do registrado em 2014, 87,5% contra 72,3%, respectivamente, ano que teve início a recessão que durou até o final de 2016. Estas expectativas, segundo a pesquisa, por sua vez, refletiram o maior otimismo dos empresários no primeiro momento com o programa “a ponte para o futuro” do governo Temer e posteriormente com as perspectivas de realização das reformas estruturais, com a vitória de Jair Bolsonaro. De acordo com a pesquisa, as expectativas dos empresários alagoanos refletiam as perspectivas que se tinha no final de 2018 quando havia uma aposta de crescimento para a economia brasileira e, consequentemente, alagoana bem mais robusta mas que poderiam sofrer ajustes para baixo no percentual de empresas que concretizaram investimentos em 2019.

* Sob supervisão da editoria de Cidades.

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