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EMPRESÁRIOS JÁ CORTAM ATÉ 30% NA FOLHA DE PESSOAL

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Por regina carvalho | Edição do dia 25/03/2020

Matéria atualizada em 25/03/2020 às 10h17

Na avaliação do empresário Thiago Falcão, presidente da Abrasel, o primeiro ponto é a ajuda do governo federal. “Fazemos um pleito muito forte para usar o subsídio do seguro-desemprego para pagar a folha de salários de bares, restaurantes e hotelaria também, porque é um setor extremamente afetado, com pouca perspectiva de recuperação dentro em grande espaço de tempo. Existe até um posicionamento de promessa dessa ajuda para que tenha a garantia que esses empregados não fiquem sem salários, porque no momento que a gente fica sem giro dentro das empresas não tem como vamos pagar. Não tem como fazer”, declara.

Segundo a Abrasel, há em Alagoas uma média de 15 mil negócios de alimentação, que incluem bares, restaurantes e lanchonetes. Thiago Falcão diz que empresários já estão fazendo uma redução de 20 a 30% da folha de pessoal, tudo isso para tentar honrar os compromissos. “Têm vários restaurantes que não estão funcionando no sistema delivery, pessoas que estão com as portas fechadas, arcando com prejuízo. Se eles vão ter sobrevida depois, vai depender das linhas de crédito que vão aparecer, porque é como se a gente tivesse montando uma empresa do zero e começando com todo endividamento que a gente tem quando inicia uma empresa e vamos começar uma vida nova. A gente vai ter que honrar todos os compromissos”, explica.

Thiago confirma conhecer restaurantes que já estão demitindo e reforça que quanto mais tempo demorar a busca por soluções para o setor, mais demissões virão. “Imagine o caos social: bares e restaurantes representam 6 milhões de empregos no país. A expectativa é de que caso não exista ajuda nesse sentido é de no mínimo 50% em demissões, provavelmente serão demissões sem pagamento de rescisão porque as pessoas não vão ter dinheiro para pagar, são trabalhadores que ficarão em casa totalmente desamparados. Se não tiver uma medida rápida em relação a essa ajuda certamente será tenebroso”, avalia Thiago Falcão.

DEZ MIL EMPREGOS

Caso o decreto do governo do Estado seja prorrogado, Thiago acredita que deve ser planejado um direcionamento em relação a reabertura desses negócios. “De forma mais segura, com regras, com limitações em relação ao fluxo de pessoas. A retomada dos trabalhos poderá ser feita, porque o sistema tá todo parado. Parar bares e restaurantes têm um impacto gigante dentro da economia. Para se ter uma noção, a maioria dos restaurantes que não trabalhavam com delivery e resolveram botar delivery isso representa de 10 a 20% do seu faturamento. Dependendo do tipo de restaurante, uma folha de pagamento com impostos e encargos representa 30% do faturamento geral”.

A Abrasel em Alagoas conta com 400 associados que geram mais de dez mil empregos. “As atitudes devem ser rápidas, o que não pode hoje é deixar essas famílias todas desassistidas, com possibilidade de demissões em massa como já está acontecendo. A gente precisa agir rápido”, finaliza Thiago Falcão. RC

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