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Decreto

DEMISSÕES DEVEM AFETAR MIL TRABALHADORES

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Por Jamylle Bezerra | Edição do dia 02/04/2020

Matéria atualizada em 02/04/2020 às 06h00

Lojas fechadas no Centro de Maceió devido à decreto do governo do estado: demissões
Lojas fechadas no Centro de Maceió devido à decreto do governo do estado: demissões | © Ailton Cruz

Diante do fechamento das lojas como forma de prevenção ao novo coronavírus em Maceió, muitas pessoas que tinham contratos de experiência ou de jovem aprendiz já foram desligadas dos estabelecimentos que funcionam no Centro da capital, e a estimativa é que, após passado o período de férias coletivas, as demissões dos contratados também aconteçam em massa. Segundo a Aliança Comercial, o número de contratos interrompidos devido ao crítico momento econômico deve chegar a mil somente no que diz respeito às lojas do centro de Maceió. De acordo com o presidente da Aliança, Guido Júnior, até o momento, cerca de 300 pessoas que estavam em período de experiência nas lojas já foram dispensadas, tendo em vista que, com os negócios sem funcionar, não há recurso em caixa para pagamento dos salários. "As empresas com pessoal em período de experiência e menor aprendiz estão todas suspendendo ou cancelando os contratos. Todos já estão sendo afastados, pois não há condições de pagar salário de alguém que está em experiência sem estar trabalhando. Para a maioria dos contratados, foi dado férias coletivas, mas várias empresas já estão preparando demissões. O cenário é o pior possível, tanto para o comércio, quanto para os demais setores", pontuou Guido Júnior. Ele conta que os lojistas trabalham com uma expectativa de reabertura das lojas somente em torno do dia 30 de abril. Quando isso acontecer, no entanto, o movimento não deve voltar ao normal de imediato, o que deve agravar ainda mais a situação. "A expectativa é de muitas demissões. Eu acredito que só no centro de Maceió, cerca de mil pessoas devem ser desligadas. Menos do que isso não vai ser não, tendo em vista que cerca de 300 já foram afastadas", finaliza.

PEDIDO

Há uma semana, a Associação Comercial de Maceió e a Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas solicitaram formalmente à prefeitura de Maceió e ao governo do Estado a reabertura do setor produtivo e das instituições públicas, que se encontram fechadas em função do Decreto Legislativo determinado pelo Executivo estadual como forma de combater a propagação do coronavírus (Covid-19) em Alagoas. “Defendemos que esse retorno se dê de forma gradativa e planejada, com horários especiais de funcionamento, para que a vida normal volte a ser construída e que os milhares de trabalhadores do setor produtivo alagoano possam também enfrentar esse momento único e tão delicado em nossa história”, pontuou o presidente da associação e da federação comercial, Kennedy Pinaud Calheiros. As entidades reconhecem a necessidade de prevenção contra a Covid-19, doença provocada pelo coronavírus, defendem as medidas adotadas no estado e por órgãos federais como o Ministério da Saúde, mas reforçam preocupação com a gravidade da situação para a economia das empresas e manutenção dos empregos.

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