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Economia

ANR: MAIS DE 600 MIL FORAM DEMITIDOS DE RESTAURANTES E BARES

Considerando trabalhadores formais e informais, o setor emprega 6 milhões no país, segundo a Associação Nacional de Restaurantes

Por Folhapress | Edição do dia 03/04/2020

Matéria atualizada em 03/04/2020 às 07h40

Restaurantes fechados devem provocar demissão em massa por conta do coronavírus
Restaurantes fechados devem provocar demissão em massa por conta do coronavírus | © Ailton Cruz

São Paulo, SP – Mais de 600 mil pessoas podem ter sido demitidas de bares e restaurantes com a escalada do novo coronavírus no Brasil, de acordo com projeção da ANR (Associação Nacional de Restaurantes) baseada em enquete com seus associados. A entidade, que agrega 9.000 associados, entre grandes redes, franquias e restaurantes independentes, recebeu respostas de cerca de 70% de seus integrantes de 27 de março a 1º de abril. Identificou que 61,8% dessas empresas já demitiram. "Estimo que esses 61% correspondem a cerca de 15% dos 20% dos funcionários da força de trabalho dos associados. Com essa estratificação, assumo que as demissões do setor no Brasil podem girar em torno de 600 mil a até 800 mil", diz Cristiano Melles, presidente da ANR, que reúne redes como McDonald's, China in Box, Viena e Outback. Considerando trabalhadores formais e informais, o setor emprega 6 milhões no país. Na quarta, a rede Madero demitiu 600 funcionários. A IMC anunciou corte de 30% da sua força de trabalho. A ANR diz que mais da metade dos associados que responderam (53,2%) afirmou que perdeu de 50% a 90% do faturamento na comparação entre março deste ano e o mesmo mês de 2018. Só 3% disse ter registrado aumento na receita, mas apenas nas operações de delivery; 36% afirmaram que adaptaram suas operações rapidamente para ofertar o serviço de entrega. Sobre a manutenção de negócios no período pós-pandemia, 16% disseram que fecharão as portas. Já 57% dos empresários afirmaram que seguirão com a empresa, enquanto 27,5% declararam que vão manter algumas lojas abertas, mas fecharão outras.

CORTES

Nesta quarta (1º), o governo editou uma MP (Medida Provisória) que autoriza o corte salários e jornadas de trabalhadores durante a crise provocada pelo vírus. As reduções poderão chegar a 70% e têm prazo máximo de 90 dias. A MP também libera a suspensão de contratos de trabalho por até dois meses, estabelecendo o pagamento do seguro-desemprego nesses casos. A medida era um pleito de diversos segmentos, incluindo o de restaurantes. Para o presidente da ANR, ela dá alento ao setor e previsibilidade em relação aos funcionários. "Agora vamos trabalhar para aumentar o prazo [da suspensão de contratos] de 60 dias para 120 dias. Se a medida tivesse saído dez dias antes, sem dúvida diminuiria o estrago, mas precisou haver consulta ao STF e alguns pontos não tiveram a rapidez necessária", afirma Melles.

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