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Negócios

PANDEMIA FAZ CRESCER O NÚMERO DE MEIS EM ALAGOAS, DIZ SEBRAE

Estado registrou a abertura de 8.568 negócios entre os meses de abril e agosto, uma alta de 3,5% em relação ao ano passado

Por Carlos Nealdo | Edição do dia 22/09/2020

Matéria atualizada em 22/09/2020 às 07h49

A empresária Karla Patrícia, da Feitos por Karla: do medo de empreender à motivação
A empresária Karla Patrícia, da Feitos por Karla: do medo de empreender à motivação | Arquivo Pessoal

O número de microempreendedores individuais (MEIs) cresceu 3,5% em Alagoas, entre os meses de abril e agosto deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira (21), pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). De acordo com os dados, em cinco meses foram formalizados 8.568 MEIs, contra 8.276 MEIs no mesmo período de 2019. Em números absolutos, são 292 negócios a mais entre um um ano e outro. O número de microempreendedores individuais criados em Alagoas em plena pandemia representa 85% do total de empresas criada em Alagoas no segundo quadrimestre neste ano. Dados divulgados pelo Ministério da Economia revelam nesse período, foram criadas 10.091 empresas no Estado. “Importante destacar a tendência da abertura de cada vez mais empresas que optem por exercer atividades que estão dispensadas de alvarás e licenças, em razão da aplicação da Lei de Liberdade Econômica”, informa o Ministério da Economia, em nota. “Destaca-se ainda que o MEI concentra grande parte das atividades exercidas. Todas as dez atividades listadas entre as mais exploradas nesse segundo quadrimestre podem ser exercidas por microempreendedores individuais, sendo que esse ramo representa cerca de 90% do total das empresas abertas para essas atividades”, acrescenta o órgão. O Ministério da Economia revela ainda que as atividades econômicas que se sobressaem entre as empresas abertas no segundo quadrimestre deste ano, nota-se que o quantitativo supera o de empresas fechadas. Em Alagoas, por exemplo, foram encerrados 2.625 negócios, resultando num resultado positivo de 7.466 empresas no período. A alagoana Karla Patrícia Peixoto Cardoso é uma empreendedoras surgidas durante a pandemia. Ex-secretária escolar do Serviço Social da Indústria de Alagoas (Sesi-AL), a empresária decidiu montar seu negócio depois de ser recém-demitida do trabalho. Aproveitou o conhecimento que tinha em fabricação de bolos especiais adquiridos durante um curso profissionalizante e criou a Feitos por Karla, empresa em vias de formalização que vem conquistando espaço em pouco tempo de criada. “Eu sempre tive vontade de enveredar por este caminho, mas nunca tive coragem. Então a gente acaba deixando tudo em segundo plano”, ressalta ela. “Mas a pandemia veio para mudar muitos conceitos, então foi uma forma de me reinventar”, completa.

FECHAMENTO

Entre as empresas fechadas, destacam-se as de atividades econômicas de comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios, lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares, akém do comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, que registraram números de fechamentos que superam a faixa de 30% em relação ao quantitativo de empresas abertas. Em todo o País, segundo os dados do Sebrae, o número de novos MEIs também cresceu no mesmo período. Em 2019, foram formalizados 919.996 empreendedores nesta modalidade. Já em 2020, foram 923.179 novos registros. Na região Nordeste, no mesmo período, o número de empreendedores formalizados na categoria de MEI em 2020 foi menor: 145.732. Em 2019, foram 150. 526. “Existe uma informalidade muito grande na economia. Tem muita gente que trabalha comercializando serviços e produtos, mas não tem esse negócio formalizado. Então, tem uma geração de renda, mas não gera riqueza do ponto de vista de recolhimento de impostos e são com esses impostos, gerados pelas empresas, pela economia, que os governos elaboram e desenvolvem políticas públicas para melhoria da sociedade”, afirma a gerente adjunta da Unidade de Relacionamento Empresarial do Sebrae em Alagoas, Fátima Aguiar. “A partir do momento em que essas pessoas têm atividades informais elas não estão contribuindo diretamente para o desenvolvimento do país. Eles têm o benefício naquele momento, mas esse benefício não é coletivo. Então, a formalização é importante pela questão da economia, mas também porque esse MEI começa a acessar benefícios sociais que são importantes para ele, como aposentadoria, auxílio doença, auxílio paternidade, auxílio reclusão. Além disso, sendo MEI, formalizado, com CNPJ, ele consegue negociar melhor as compras e consegue fornecer para entes públicos e privados porque poderá emitir notas fiscais, por exemplo”, acrescenta.

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