Gazeta de Alagoas
Pesquise na Gazeta
Maceió,
Nº 5697
Pesquisa

INTENÇÃO DE CONSUMO RECUA PELO 7º MÊS SEGUIDO EM MACEIÓ

.

Por luan oliveira | Edição do dia 24/09/2020

Matéria atualizada em 24/09/2020 às 06h00

Mantendo a tendência negativa desde o início dos impactos mais severos do isolamento social na capital, o indicador de intenção de consumo do maceioense caiu pela sétima vez seguida em agosto, com uma baixa de 2,1%. É o que revela a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) do Instituto Fecomércio, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A queda acumulada no ano já está em 10,33% em relação ao mesmo período do ano passado. Outros indicadores dentro da pesquisa ajudam a compreender o cenário, como a imobilidade do indicador de segurança no emprego, que vem caindo em 2020. A perspectiva profissional do morador da capital também caiu em 4,7%, indicando um desalento para promoções ou aumentos de renda. “Esses indicadores reforçam o que vemos na prática: a insegurança acerca da manutenção do emprego está deixando o consumidor mais cauteloso”, ressalta Felippe Rocha, assessor econômico da Fecomércio.

Somando-se a isso o contexto geral de incertezas econômicas decorrentes da pandemia do Covid-19, a tendência é manter a aquisição do essencialmente necessário na hora das compras. “Até porque muitos que estão recebendo renda por meio de auxílios do governo já começam a sentir a necessidade de poupar para garantir a sobrevivência mais para frente, quando essa verba acabar em dezembro”, avalia Felippe.

Apesar do aumento no valor de alguns produtos, como o arroz, há uma percepção de que a renda está maior do que a do mesmo período no ano passado. “Mas não dá para se enganar: a melhora foi de 4,3% e é explicada pela adição temporária de R$ 1.045 do FGTS, ajudando a criar uma ilusão monetária nos consumidores”, explica o economista. Mesmo com essa sensação de melhora no poder de compra, as compras a prazo caíram 2,5% comparado a agosto de 2019, enquanto os níveis de consumo apresentaram uma ligeira alta de 0,8% para o mesmo período. “Isso reforça uma recuperação gradual, mas lenta, do consumo na capital”, diz Felippe.

Analisando o contexto atual, a perspectiva de consumo até o final do ano recuou 7,5% na comparação anual, sendo os setores de eletrodomésticos, eletrônicos, móveis e automotores os mais prejudicados, já que o consumo de duráveis caiu 9% no mesmo período.

* Sob supervisão da editoria de Economia.

Mais matérias desta edição