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Consumo

PANDEMIA ATINGE ESTOQUE DO COMÉRCIO DE AL, DIZ FECOMÉRCIO

Devido ao isolamento social e à necessidade de distanciamento social, a produção na indústria brasileira acabou diminuindo

Por Hebert Borges | Edição do dia 27/10/2020

Matéria atualizada em 27/10/2020 às 04h00

Estoque nas lojas de Alagoas estão sendo afetados pela pandemia do coronavírus
Estoque nas lojas de Alagoas estão sendo afetados pela pandemia do coronavírus | Felipe Nyland

A falta de insumos na indústria, principalmente papelão e aço, tem afetado os estoques no comércio de Alagoas. De acordo com o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio AL), Gilton Lima, “há uma diferença entre as demandas dos consumidores e a oferta dos varejistas, postergando a realização de vendas para o consumidor final”. De acordo com Lima, os resultados menores do que o esperado após a flexibilização do isolamento social são reflexo disso também.

O presidente da Fecomércio explica que a indústria é a principal causa do desabastecimento. “Devido ao isolamento social e à necessidade de distanciamento social, o número de funcionários por turno é reduzido. Outro motivo é a falta de matéria-prima da cadeia do agronegócio para a indústria, devido a diversos fatores, como o dólar, que tem ampliado as exportações e reduzido a matéria-prima no país. Os fatores climáticos também não ajudaram este ano”. explica. Gilton Lima revela que o setor de embalagens, de material de escritório, de papelão e do varejo de autopeças são os mais afetados, pois o aumento do dólar e a falta de aço no país têm impedido a produção regular desses produtos. “É difícil precisar, mas certamente o papelão e o aço estão numa situação mais complicada”, pontua. Segundo ele, este cenário tem feito com que os empresários busquem novos fornecedores. “O jeito é importar, mas de toda forma, as importações necessitam de tempo até que os novos produtos cheguem as prateleiras”, conta.

Na última quarta-feira (7), representantes das indústrias de veículos, autopeças, máquinas e eletrodomésticos de todo o País se reuniram com seus pares do setor siderúrgico para discutir soluções que normalizem mais rápido o abastecimento das cadeias. Ficou combinado que os clientes vão entregar uma relação dos produtos que mais precisam, tendo em vista os próximos seis meses, para que as usinas siderúrgicas direcionem assim a produção à demanda colocada por eles. Do lado dos setores demandantes de aço, executivos saíram da reunião virtual confiantes de que em um mês e meio não haverá mais escassez, sobretudo porque ouviram de seus interlocutores que a produção dos altos-fornos vem aumentando. Em entrevista ao Estadão, José Velloso, presidente executivo Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), contou que nenhuma fábrica parou até o momento por falta de componentes. Ele lembrou, porém, que algumas empresas sinalizam a possibilidade de suspender setores de fábrica por indisponibilidade de materiais - uma possibilidade também cogitada na indústria de eletrodomésticos. “Por isso nós chamamos as siderúrgicas. Queremos evitar esse tipo de inconveniente”, disse o executivo da Abimaq.

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