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VENDA DE IMÓVEIS EM ALAGOAS CRESCE 4%

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Por Lívia Tenório* | Edição do dia 05/12/2020

Matéria atualizada em 05/12/2020 às 04h00

Setor da construção civil comemora aumento nas vendas de imóveis novos em Alagoas
Setor da construção civil comemora aumento nas vendas de imóveis novos em Alagoas | © Ailton Cruz

Mesmo com as incertezas geradas pela pandemia de Covid-19, o mercado imobiliário de Alagoas ficou mais aquecido em 2020. Dados do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Alagoas (Sinduscon-AL) revelam que as vendas de imóveis novos registrou alta de 4% este ano, na comparação com o ano passado. O percentual é semelhante à média nacional de 4,8%, segundo levantamento divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Em Alagoas, segundo o presidente do Sinduscon-AL, Alfredo Brêda, as vendas só foram afetadas no final de março - quando o Estado registrou os primeiros casos de Covid-19 -, e durante o mês do abril. A partir de maio, segundo ele, começou uma forte recuperação, que culminou no mês de julho com alto índice de velocidade de vendas. “De acordo com o censo mensal, feito em parceria com a BRAIN Inteligência Corporativa e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), nós temos cerca de 3.400 imóveis novos à venda. Cerca de 1.000 imóveis a menos em comparação com o ano passado. Isso significa que estamos vendendo mais imóveis do que produzindo”, ressaltou Brêda. O bom desempenho da construção em Alagoas também se reflete na geração de empregos. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados recentemente pelo Ministério da Economia revelam que de janeiro a outubro deste ano, o setor registrou a criação de 2.598 vagas com carteira assinada, um crescimento de 11,74% em relação ao mesmo período do ano passado. É o maior índice entre os todos os setores produtivos de Alagoas.

CONSUMIDORES

Para os compradores, a situação atual também ajudou na aquisição de imóveis. Foi o que constatou a estudante de psicologia Dayane Nazário. “As taxas diminuíram diante das circunstâncias, e por termos adquirido um imóvel na planta, tivemos a vantagem de ter o subsídio e entrada parcelada. O único problema que tivemos foi na assinatura dos documentos, pois atrasou um pouco”, relata.

Devido à pandemia, fábricas de insumos paralisaram as atividades no meses de abril e maio, acreditando que não haveria consumo. Os estoques foram sendo consumidos, e quando elas reativaram os parques industriais, não conseguiram mantê-los. Alfredo Brêda explica que com o retorno da produção, gerou-se um aumento muito forte no preço. “Esse aumento tornou-se motivo de preocupação para a indústria de construção, pois caso os valores não voltem aos preços do mês de julho, elas precisarão repassar o valor para os consumidores”. O presidente do Sinduscon assinalou que a crise do coronavírus prejudicou as obras privadas no Estado, e agora as obras estatais também serão. “Será necessário fazer um reequilíbrio de preço nos contratos existentes”, declarou. Para o próximo ano, Alfredo Brêda afirmou que Alagoas tem espaço para o lançamento de mais de 5.000 imóveis. Entretanto, ainda é cedo para cravar nesse número. Segundo ele, o resultado dependerá do que acontecerá no mercado, e dos projetos que estão em fase de aprovação.

REPAROS

Segundo o Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), o setor apresentou bons resultados este ano impulsionada pelo aumento de obras de reparo durante a pandemia. De dezembro de 2019 a outubro de 2020, o setor foi responsável pela geração de 138 mil empregos com carteira assinada no país e deu impulso a outros segmentos. As vendas de cimento de janeiro a outubro, por exemplo, cresceram 10,1% na comparação com o mesmo período de 2019. “Houve demandas das empresas e também das famílias, especialmente por pequenas obras na quarentena e com o uso do auxílio emergencial”, afirma Ana Castelo, coordenadora de Projetos de Construção da FGV/Ibre. Para o Sinduscon-SP, o bom momento da construção precisa ser acompanhado pelo bom desemprego de outros setores, mas não é o que se vê, uma vez que a retomada ocorre de forma heterogênea. Apesar da alta de 7,8% acumulada entre janeiro e outubro nas vendas do varejo, a produção industrial sofre queda de 4,7% no mesmo período. As informações são da Folhapres.

* Sob supervisão da editoria de Economia.

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