A Defesa Civil do Estado de Alagoas emitiu um aviso, na noite desta segunda-feira (2), sobre a elevação da vazão média diária da Hidrelétrica de Xingó, no município de Piranhas, no interior de Alagoas. O comunicado foi feito pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e enviado ao órgão estadual. A vazão passou de 1.100 m3/s para 1.600 m3/s a partir desta terça (3), seguindo as diretrizes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). “Apesar de ser uma vazão normal e dentro dos protocolos de segurança, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil orienta as pessoas que estão próximas do leito do rio a ficarem atentas e, se for o caso, se afastarem”, informa trecho do aviso. Estudos do ONS alertam para a possibilidade de esgotamento da potência de energia ao fim do período seco, gerando risco de apagões localizados nos horários de maior demanda, quando a rede de energia demanda uma operação mais intensa das usinas hidrelétricas. “As estratégias operativas em curso visam à adoção de medidas que garantam a manutenção da governabilidade do SIN [Sistema Interligado Nacional], por meio da operação adequada do parque hidrotérmico e acionamento de recursos adicionais”, diz, na nota técnica, o Ministério de Minas e Energia. Nesta segunda-feira (02), o ministério abriu consulta pública para debater as regras do programa de redução voluntária da demanda de energia elétrica, iniciativa para tentar reduzir o risco de apagões no fim do ano.É o primeiro plano relacionado à demanda desde que a Creg (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética) foi criada, no fim de junho. O foco da câmara em iniciativas de aumento da oferta é visto por alguns especialistas como um sinal de negacionismo do governo no enfrentamento da crise. O programa de redução voluntária da demanda é voltado apenas a grandes consumidores e prevê o pagamento de compensação financeira a empresas que se disponham a reduzir o consumo por períodos de quatro e de sete horas por dia. O valor das compensações ainda não foi definido. Segundo portaria divulgada nesta segunda, as empresas interessadas terão de informar ao ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) quanto podem economizar e quanto desejam receber. Com base nas ofertas, o operador fará estudos técnicos para subsidiar decisão do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) sobre o aceite das propostas. Os lotes de economia devem ser maiores do que 30 MW (megawatts) médios. “O objetivo da proposta é viabilizar, sob a ótica da demanda, alternativa que contribua para o aumento da confiabilidade, segurança e continuidade do atendimento eletroenergético aos consumidores do País, buscando sempre os menores custos”, disse o MME. As informações são da Folhapress.