Alagoas deve colher 133.532 toneladas de milho este ano, segundo estimativa que consta no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume representa um crescimento de 83,4% em relação à safra passada. É a terceira maior alta do país, atrás de Pernambuco, que deve registrar avanço de 139,6%, e do Pará (85%).

De acordo com o IBGE, sozinha a produção de milho deste ano corresponde a 67,6% de toda a safra de grãos de Alagoas, estimada em 197.419 toneladas. Se confirmado, o volume de milho produzido este ano deve render R$ 130,9 milhões, de acordo com a cotação do grão na B3 – a Bolsa de Valores brasileira –, cuja saca de 60 kg está valendo nesta sexta-feira (23) R$ 58,86. Lembrando que os preços costumam flutuar ao longo do ano, influenciados pela safra, demanda e outros fatores de mercado.

Por trás de toda a produção de milho alagoano estão agropecuaristas como Gustavo Rodrigues, que reservou 160 hectares para a safra deste ano. De acordo com suas estimativas, a produção deve render 120 sacas por hectares, resultando num faturamento de R$ 1,1 milhão, levando-se em conta a cotação da saca na B3.

Além dele, são destaque os irmãos Tales e Vinícius Duda, que contribuem para o fortalecimento na produção de milho em Alagoas. Juntos, os dois plantaram 600 hectares este ano e estimam uma safra superior a 100 sacas por hectares. Se confirmadas as estimativas, a produção deve render mais de R$ 3,5 milhões.

Outro agropecuarista que se destaca na produção de milho é o governador de Alagoas, Paulo Dantas. Este ano, ele estima uma produção de aproximadamente 102 mil sacas do grão, resultado da plantação de 850 hectares. Se confirmadas as previsões, a safra garantirá um faturamento de R$ 6 milhões, sempre se levando em conta a cotação da saca na B3 – que pode avançar ao longo do ano.

Ele conta que parte da safra será usada para alimentar o rebanho bovino. Ingrediente fundamental na produção de silagem devido ao seu alto valor nutricional e produtividade, o silo é um alimento de alta qualidade que proporciona diversos benefícios para a nutrição animal e para a eficiência dos sistemas de produção.

Em Major Izidoro, um dos destaques na produção do grão é o agropecuarista Ítalo Tavares Suruagy do Amaral, com uma área plantada de 450 hectares. Assim como os demais, ele estima uma safra de mais de 100 sacas por hectares, resultando num faturamento de R$ 2,6 milhões, caso sejam confirmadas as estimativas. “A expectativa é boa, porque o clima está equilibrado, com chuva e sol na medida certa”, ressalta. “Com isso, as roças estão boas e devem garantir uma excelente colheita”, acrescenta.

FATORES

O crescimento da safra de milho deste ano se deve a uma série de fatores, entre eles o aumento da área plantada para a produção de todos os grãos, que saltou de 65.578 hectares em 2023 para 102.616 hectares este ano, um crescimento de 56,5% entre um ano e outro.

Outro fator determinante é o programa Planta Alagoas, executado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri). Segundo a titular da pasta, Aline Rodrigues, este ano foram distribuídas 568,5 toneladas de milho para a safra de 2024.

“Nós temos a expectativa de que o aumento das áreas de plantio de milho no estado tenha uma contribuição na distribuição de sementes pelo Governo de Alagoas, que iniciou a entrega de sementes no tempo certo para a cultura do milho. Essa é uma política pública importante para a safra agrícola alagoana e favoreceu os agricultores familiares a plantarem na época correta”, explica a secretária.

Ela acrescenta que, o clima favorável para a safra de milho atual pode ser um influenciador. “Não podemos esquecer que, em plantios mais tecnificados, o aumento na estimativa de produção é devido ao clima. Nesta safra, estamos tendo chuvas favoráveis para a cultura do milho, com chuvas bem distribuídas e lavouras com desempenho satisfatório”, acredita.

Além de sementes de milho, o Planta Alagoas distribui sementes de feijão, sorgo e arroz para atender aos produtores familiares de todo o estado, incentivando a produção, gerando renda através da inclusão produtiva, além de promover segurança alimentar das famílias atendidas, com ações integradas ao Programa Alagoas Sem Fome do Governo Estadual.