A Agência Tatu divulgou que clubes sociais, esportivos e similares de Alagoas devem juntos mais de 13 milhões de reais à União. A maior parte dessas dívidas são de origem trabalhista, sendo 79% do total referente a débitos previdenciários. Os dados analisados foram originalmente divulgados pela Fiquem Sabendo – agência de dados especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI) e obtidos via Lei de Acesso à Informação, junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
Entre os clubes de futebol devedores estão ASA, CSA e Murici, que disputam o Campeonato Alagoano da 1ª divisão. Eles aparecem na lista com dívidas de R$ 2.093 milhões (ASA), R$ 939 mil (CSA) e R$ 222 mil (Murici), respectivamente. O Jaciobá, de Pão de Açúcar, e o CSE, de Palmeira dos Índios, também estão entre os endividados, mas os valores são inferiores a R$ 50 mil. Já o CRB não consta na lista.
Procurado pela Gazeta de Alagoas, o consultor contábil do CSA, Alfredo Cortez, informou que este valor de R$ 939 mil corresponde a saldo com juros a pagar pela frente. Segundo ele, o clube tinha dívida superior a R$ 6 milhões, negociou e chegou a R$ 3 milhões e, depois, a pouco mais de R$ 2 milhões que foram parcelados em 180 vezes. Já pagou 50 parcelas e restam 130, de R$ 6 mil cada, que, com os juros dá um total de R$ 939 mil. “Mas caso o CSA queira pagar essas parcelas restantes, o total ficaria em torno de R$ 600 mil, pois os juros seriam retirados”, explicou.
Ainda segundo Cortez, essa dívida é relativa a INSS, que não foi paga pelas gestões anteriores à de Rafael Tenório. “As dívidas trabalhistas foram 99% pagas, só restam umas quatro, porque os credores não quiseram fazer acordo com o clube. E as dívidas com FGTS também foram todas pagas”, informou.
Já a assessoria do ASA informou que os débitos do clube estão relacionados a acordos de pagamento firmados no âmbito do Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut), e que todos os débitos trabalhistas e fiscais do clube estão sendo analisados por seu departamento jurídico.
Geraldo Amorim, presidente do Murici, segundo a Agência Tatu, disse que preferia não se manifestar. E o presidente do Jaciobá, Lucilo Brandão, disse que o clube atualmente não possui receita, e que as dívidas trabalhistas foram deixadas pelas gestões anteriores.
O presidente do CSE, Zenício Neto, informou que todas as dívidas com a União estão sendo negociadas e que hoje todos os jogadores possuem carteira assinada, tendo as verbas trabalhistas pagas ao final de seus contratos.