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Nº 5692
Ação social

INSTITUTO MÁRIO MOTA E MOTA 31 HÁ 4 ANOS AJUDA PESSOAS CARENTES

Instituição funciona em Maceió e faz referência ao nome do goleiro Mota, que já defendeu as cores do CSA

Por Guilherme Magalhães | Edição do dia 28/05/2022

Matéria atualizada em 28/05/2022 às 04h00

Mário Mota, ao lado do seu filho, o goleiro Mota, que passou pelo CSA entre 2017 e 2018
Mário Mota, ao lado do seu filho, o goleiro Mota, que passou pelo CSA entre 2017 e 2018 | Divulgação/Arquivo Pessoal

Por muitas vezes, o futebol é uma válvula de escape para aqueles que buscam o entretenimento. Porém, não é difícil vermos pessoas ligadas ao futebol também ajudando no social. Inclusive, o esporte é dos que mais contemplam a população carente, com oportunidades neste meio.

Um desses exemplos é o Instituto Mário Mota e Goleiro Mota 31. Criado ainda no Rio de Janeiro, na cidade de Japeri, em 2016, o instituto leva o nome do goleiro Mota, que teve passagem pelo CSA, entre 2017 e 2018. De lá para cá, a instituição tem acumulado ações sociais de atendimento ao grande público carente. Em Alagoas desde a chegada do goleiro ao Azulão, Mário Mota, pai do jogador, realiza tais ações na capital alagoana.

Aliás, um desses eventos será neste sábado (28), às 9 horas. A ação ocorrerá na comunidade do Gama Lins, por trás da Ufal, na parte alta da capital alagoana. Entre os serviços gratuitos estão: corte de cabelo, exame de HIV, cadastro de carteiras de trabalho e identidade, verificação de pressão arterial e glicose, além de outras atividades para o público presente.

Em conversa com a Gazeta de Alagoas, Mário Mota falou um pouco sobre o projeto, desde o seu surgimento e crescimento, até os dias atuais. Antes morador do Rio de Janeiro, Mário disse que veio para Maceió para assistir ao jogo entre CSA e Tombense, no dia 25 de setembro de 2017, na Série C do Brasileiro.

Além da felicidade pela vitória de 1 a 0 do Azulão, Mário revelou que se apaixonou pelo Estado. Inclusive, tal paixão o fez deixar amigos e familiares no Rio, para que pudesse fazer moradia na Terra dos Marechais.

"O Instituto nasceu no Rio de Janeiro de uma frase que meu filho disse: ‘Eu só saio do tráfico preso ou morto’. Para um pai ouvir isso é muito difícil. E eu tive a ideia de fazer um instituto para ajudar aqueles que querem sair do tráfico, dando uma oportunidade e estendendo as mãos. Fazer o bem sem olhar a quem. Nosso eterno presidente Rafael Tenório (ex-mandatário do CSA e hoje no Conselho Deliberativo do clube) me convidou para ver o jogo de acesso à Série B, contra o Tombense. Amei Alagoas e abandonei meus familiares e amigos no Rio de Janeiro. Hoje estamos, eu e Deus, aqui em Alagoas, já que o meu filho paredão, Mota, está jogando no Jacuipense da Bahia”, explicou Mário.

Sobre o trabalho social, contemplando as famílias mais carentes, Mário disse que leva para comunidades e abrigos. E ainda relembrou a primeira ação local, na comunidade do Mutange, hoje, desabitada por conta do afundamento do solo na região.

“Faço trabalho social nas comunidades, abrigo de crianças, idosos e dependentes químicos. Isso desde a nossa primeira ação social na antiga Comunidade do Mutange, no dia 24 de fevereiro de 2018”, revelou.

Com as ações ficando cada vez maiores e em evidência, alguns parceiros famosos começaram a apoiar o projeto. Inclusive, os citados por Mário, tiveram passagens marcantes pelo CSA. Casos do lateral Celsinho, do atacante Niltinho e dos meias Didira e Daniel Costa, além do ídolo da nação azulina, Jacozinho. Por vezes, ajudam o projeto comparecendo nas ações promovidas.

Para o futuro, Mário é ambicioso, mas põe os pés no chão, pois o objetivo principal é ajudar aqueles que mais precisam. O pai do goleiro Mota busca um local próprio para o instituto, sem precisar arcar com despesas imobiliárias.

“Graças a Deus tive apoio do meu filho quando ele jogava no Volta Redonda, tive apoio do meu falecido pai e de toda minha família e amigos dos municípios de Japeri e São João de Meriti. Tenho o sonho de ter o nosso próprio local para o instituto, sem ter que pagar aluguel, tenho até o projeto de como seria o instituto em seu próprio local e poder ajudar mais este povo guerreiro alagoano”, exclamou.

Quem quiser doar para o Instituto Mário Mota será bem-vindo. Geralmente, o projeto recebe móveis, cestas básicas, alimentos, entre outros itens. Para entrar em contato com o projeto, há três meios. Via Facebook: Minar Mário Mota; Instragam: @mario_do_esporte, ou, pelo WhatsApp: 82 99435-3917.

NO GOL, MOTA!

Enquanto o pai do arqueiro cuida do projeto, o goleiro Mota segue encantando nos gramados do Brasil. Pelo CSA, foram dois anos e 52 jogos realizados. Conquistou a Série C de 2017, além do Alagoano de 2018, e o acesso para a Série A, no final daquele mesmo ano.

Apesar da experiência, Mota, assim como seu pai, é um batalhador. Nascido em Feira de Santana-BA, o goleiro começou a carreira no Rio de Janeiro, passando por clubes como Paraíba do Sul, Barra Mansa, América e Volta Redonda. Porém, foi no Voltaço, em 2016, no título da Série D, que ganhou destaque.

Líder dentro de campo, hoje, aos 37 anos, tem no currículo passagens por clubes importantes. Ainda jogou no Paysandu (2019), XV de Piracicaba (2020) e Sampaio Corrêa (2020 e 2021), inclusive, disputando a Série B do ano passado.

Hoje Mota joga com a camisa do Jacuipense, que está na Série D do Brasileiro. Coincidência ou não, Mota esteve em Alagoas, na semana passada, já que o Jacuipense entrou em campo, contra o ASA, no Coaracy da Mata Fonseca, em Arapiraca. Em campo, um empate por 1 a 1 e mais uma atuação segura do goleiro.

* Sob supervisão da editoria de Esportes.

/Arapiraca, 22 de maio de 2022
Lance do jogo entre ASA e Jacuipense, partida válida pela 4º Rodada do Brasileirão Série D 2022 realizada no Estádio Municipal Coaracy da Mata Fonseca,  em Arapiraca. Alagoas - Brasil.
Foto: Ailton Cruz
/Mário Mota, ao lado do seu filho, o goleiro Mota, que passou pelo CSA entre 2017 e 2018

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