Maceió,
Nº 5702
Haja fôlego!

THALINY TEM ROTINA PESADA COM EXERCÍCIOS FÍSICOS E DIETA RÍGIDA

Fisiculturista e policial militar chega a comer 14 ovos por dia para manter a forma e fortalecer músculos

Por Fernanda Medeiros | Edição do dia 27/04/2024

Matéria atualizada em 27/04/2024 às 04h00

Thaliny Alves é natural de Tobias Barreto, interior de Sergipe
Thaliny Alves é natural de Tobias Barreto, interior de Sergipe | Ailton Cruz

Thaliny tem uma rotina pesada, rígida, bem regrada, com treinos em uma academia particular no Farol, em Maceió, e os trabalhos na Polícia Militar de Alagoas (PM-AL), onde é responsável pela academia de musculação, ou seja, faz os testes físicos e treinamentos de policiais, no Departamento de Educação Física e Desportos (DEFD) da Corporação. Não é para qualquer um.

Atleta de fisiculturismo, Thaliny Alves de Santana, de 32 anos, sagrou-se campeã da modalidade no Musclecontest Campeonato do Nordeste, competição realizada no dia 13 deste mês, no Recife-PE. Se a vida já é puxada com uma atividade apenas, imagine tendo que conciliar duas.

E a rotina desta atleta e soldado é duríssima: começa logo cedo, às 5 horas da matina. Anda de bicicleta quando acorda ou então faz caminhada na praia e exercícios na academia de musculação ou na da PM. “Mas é tranquilo”, garante.

Thaliny falou à Gazeta de Alagoas como é o corre-corre do dia a dia nas duas academias. Segundo ela, trabalha na militar, de segunda a quinta-feira, onde começa no setor às 8h30 e fica até as 13 horas. Já na academia particular, a qual frequenta todos os dias, chega às 15 horas e sai por volta das 18h ou 19 horas, pegando peso, dependendo do exercício, normalmente até 300kg, mantendo cada vez mais a forma física e fortalecendo os músculos. Ufa!

“É de domingo a domingo. Eu trabalho na academia (da PM) e treino na academia (particular). A academia é a minha primeira casa. Totalmente! A minha casa mesmo é só para dormir (risos)”, diz.

14 OVOS

A dieta da atleta no dia a dia também é muito regrada. Não come frituras, farinhas, glúten, açúcares (não usa nada, nem adoçante), mas já se acostumou com isso. Por outro lado (acreditem!), come 14 ovos por dia, sendo quatro ou cinco inteiros (cozidos) e o restante só as claras. Também se alimenta de muitas frutas, legumes e cereais.

A soldado disse, ainda, que sempre teve vontade de ser fisiculturista e policial. “Os dois faziam parte dos meus sonhos. A musculação pratico desde a adolescência e me formei na área. Sou educadora física por formação. Quanto à polícia, sempre foi um sonho de menina. Assistia àqueles filmes de heroínas e me imaginava na polícia. Que bom que pude realizar meus sonhos!”, afirmou.

“Com muito foco e dedicação, a polícia e o esporte me ensinaram muito a ser forte e nunca desistir”, emendou.

SAIU VENCEDORA

Para a competição a qual foi campeã, ela treinava cinco horas por dia, sendo três horas de musculação, uma hora de cardio, uma hora de Low Pressure Fitness - LPF (uma técnica de respiração, para melhorar a linha de cintura).

“Era bem cansativo conciliar. Essa foi a minha estreia no mundo do fisiculturismo. Trouxe um top 1 (ouro) na categoria Wellness (categoria por altura) e fui a segunda colocada na categoria estreantes”, orgulha-se, acrescentando que foi a primeira competição que disputou e já saiu vencedora.

A militar fisiculturista é natural de Tobias Barreto, interior de Sergipe, mas mora em Maceió desde que entrou na PM-AL, em 2020. “Foi no ano da pandemia de Covid-19, foi sofrido”, lembra. Mas diz, com orgulho e carinho: “Sou alagoana de coração”.

Ela tem 1,73m de altura e pesa 74kg – detalhe: o seu peso de competição é 62kg, pois, segundo Thaliny, tem que cortar muita coisa da alimentação, que já é regrada e, conforme diz, piora, pois passa a ser mais regulada ainda. “Minha dieta para a competição foi muito rigorosa. Com 12 semanas em dieta 100% regrada, até a água é controlada”, revelou.

FAMÍLIA APOIA

Ao ser questionada se a família apoia o fato de ela ser militar e fisiculturista, Thaliny Alves respondeu: “Sou do interior e, no começo, a minha família não apoiava nenhum dos meus sonhos. Acredito que por medo e por insegurança. Mas hoje em dia todos super apoiam”.

O marido dela é de Porto Seguro-BA e também é policial militar. É, ainda, nutricionista e é quem a orienta na dieta. “Ele sempre me incentivou e me apoiou. Ele também é militar”, conta Thaliny, que não tem filhos.

Sobre machismo, preconceito, ela revelou que a polícia ainda é machista. “Infelizmente ainda é um meio muito machista (a PM). E eu, sinceramente, esperava outra posição dos mesmos (policiais). Mas, graças a Deus, tive todo o apoio da corporação. Muito orgulho de pertencer e de quebrar tantos anos de preconceitos e paradigmas”, encerrou a atleta.

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