Pressionado pela repercussão negativa de promover saques em estoques de equipamentos destinados a casas de saúde e hospitais de comerciantes em Maceió, o governo prometeu que o que foi “requisitado administrativamente” será pago ainda esta semana, ou hoje, sexta, conforme acordo realizado na Secretaria da Fazenda na segunda-feira última. Desconfiados de que o Estado não irá cumprir com a promessa, os empresários apelam para o bom senso do governo para não ver seus negócios inviabilizados pelos compromissos assumidos com trabalhadores, pagamentos de faturas e financiamentos.
O secretário de Saúde Alexandre Ayres,que trocou a palavra “saque” por “requisição administrativa”, quando os estoques foram surrupiados à força dos empresários locais com o emprego da polícia, ainda arriscou um agradecimento aos atingidos, afirmando que “queria de público agradecer a parceria das empresas que estão nos ajudando a enfrentarmos a pandemia do novo coronavírus”.
Mesmo que não tenha sido verdade, os comerciantes esperam apenas que depois dos constrangimentos passados, o Estado cumpra o que prometeu: pague o que deve.
PREOCUPAÇÃO
A retomada da atividade produtiva no Estado é, depois da crise do coronavírus, o problema mais importante para ser resolvido, para que o segmento não entre em colapso. A visão é compartilhada pelo presidente da Federação das Indústrias de Alagoas, José Carlos Lyra, que destaca a importância das medidas, mas que é fundamental para o Estado e a população o reinício das atividades em vários setores da economia, principalmente no segmento industrial.
CAOS SOCIAL
Na visão de José Carlos Lyra, se a produção não for retomada, o remédio para toda a sociedade alagoana pode ser bem amargo. Um das preocupações é o desemprego que já toma conta de Alagoas provocado pelo fechamento da indústria e do comércio, atingindo principalmente todos aqueles que vivem na informalidade.
ALTERNATIVAS
Medidas procurando proteger de todas as formas o trabalhador é uma das alternativas do setor produtivo alagoano. O que não se pode, disse o presidente da Federação das Indústrias, é fechar tudo, o que possibilita arruinar a economia como um todo. Sobre a difícil situação, a Federação das Indústrias vai contra o extremismo do governador Renan Filho, que fala em consenso e união, mas na prática prega uma situação completamente diferente.
SE AGRAVANDO
Se não bastasse o efeito do coronavírus, agora os órgãos públicos decidiram interditar, já a partir de amanhã, a Avenida Cícero de Góes Monteiro, no bairro do Mutange. As providências estão tomadas em face dos estudos técnicos que apontam afundamento gradativo do solo em toda aquela região.
PLENO VAPOR
Embora alguns sistemas de transporte tenham suspendido suas operações, a exemplo dos VLTs que ficarão parados por dez dias, o setor público de transporte municipal e intermunicipal continua a pleno vapor. Em Maceió ônibus circulam superlotados, exatamente o contrário do que vem sendo recomendado pelas autoridades.
TÍTULO PARA NOTA
A Prefeitura de Maceió anunciou ontem que, para evitar aglomerações em agências bancárias, vai liberar os salários dos servidores municipais por lotes. Os pagamentos serão iniciados nesta sexta-feira (27), com a liberação das folhas a partir das 14h. Os demais lotes devem ser liberados nos dias 27, 30 e 31.
» Os órgãos municipais contemplados no 1º lote são Secretarias de Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária; de Gestão; de Desenvolvimento Territorial; Economia; Controle Interno; Procuradoria Geral do Município; Secretaria Municipal de Governo; Gabinete de Governança; Gabinetes do Prefeito e Vice-prefeito.
» A Gerência do HGE suspendeu as visitas em todas as áreas da unidade do hospital, pensando na assistência aos pacientes internados e no cuidado aos profissionais.
» A medida, que passa a vigorar ontem e permanece por tempo indeterminado, foi tomada por meio da Portaria 7/2020, que anuncia as novas ações de prevenção contra o novo coronavírus.