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Internacional

ONU DECIDE INVESTIGAR POSSÍVEIS CRIMES DE GUERRA NA UCRÂNIA

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Por Folhapress | Edição do dia 13/05/2022

Matéria atualizada em 13/05/2022 às 04h12

Conselho de Direitos Humanos acompanha ‘passos’ da invasão das tropas russas na Ucrânia
Conselho de Direitos Humanos acompanha ‘passos’ da invasão das tropas russas na Ucrânia | Reuters

O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou ontem (12), em Genebra, o início de uma investigação sobre os possíveis crimes de guerra atribuídos às tropas russas desde que invadiram a Ucrânia, em 24 de fevereiro. A resolução foi aprovada por 33 votos a 2 e prevê a formação de uma comissão internacional de inquérito para apurar eventos ocorridos nas regiões ao redor de Kiev e outras áreas, como Sumy, que foram temporariamente ocupadas pelas tropas russas. “As áreas que estiveram sob ocupação russa no final de fevereiro e março experimentaram as mais terríveis violações dos direitos humanos no continente europeu em décadas”, disse a primeira vice-ministra das Relações Exteriores da Ucrânia, Emine Dzhaparova. Ao mesmo tempo, durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em Nova York, convocada a pedido da França e do México, representantes exigiram o fim do bombardeio de escolas na Ucrânia e denunciaram seu uso para fins militares.


ESCOLAS DESTRUÍDAS

Omar Abdi, funcionário do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), disse que os ataques às escolas “devem parar”. “Até a semana passada, pelo menos 15 das 89 escolas apoiadas pelo Unicef no leste da Ucrânia foram danificadas ou destruídas desde o início da guerra.” A reunião em Genebra foi a primeira dedicada a essa questão desde que a Assembleia Geral da ONU suspendeu a Rússia do órgão de direitos humanos da organização internacional, no início de abril, por acusações de violações na Ucrânia. Moscou, no entanto, afirma que desistiu de participar do colegiado. A Rússia, que nega ter cometido abusos no que chama de “operação militar especial” na Ucrânia, pode participar do trabalho do conselho como observadora, mas escolheu uma política de assentos vazios nesta quinta. “Em vez de discutir as verdadeiras causas que levaram à crise neste país e procurar formas de resolvê-las, o ‘Ocidente coletivo’ está organizando outra rotina política para demonizar a Rússia”, disse o embaixador de Moscou na ONU em Genebra, Gennady Gatilov, em um comunicado por email antes da votação. Em uma mudança de sua posição anterior de abstenção sobre a Ucrânia, a China votou contra a decisão, além da Eritreia.


RETALIAÇÃO

Em uma decisão histórica, o governo da Finlândia anunciou nesta quinta-feira (12) que vai pedir “sem demora” a entrada do país nórdico na Otan, a aliança militar de 30 membros liderada pelos Estados Unidos. A Rússia, cuja invasão da Ucrânia motivou a iniciativa, prometeu retaliação contra o vizinho.

Os finlandeses mantinham neutralidade militar desde o fim da Segunda Guerra, em um acerto tácito com a então União Soviética para evitar um novo conflito como os que os países travaram no embate global.

Eles deverão ser seguidos pela Suécia, encerrando mais de 200 anos de neutralidade do vizinho. O Parlamento em Estocolmo deverá dar seu parecer sobre o tema nesta sexta (13). Ambos os países mudaram de opinião e buscaram o guarda-chuva militar dos EUA por temer a agressividade russa. O pedido deverá ser analisado pelo Parlamento local, que já tem maioria para concretizar o movimento, após a opinião pública do país virar em favor da participação. O secretário-geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, afirmou que o processo será “rápido e suave” e que Helsinque será “muito bem-vinda”. A aliança iniciou um grande exercício com 10 mil soldados em cinco países-membros na quinta. Previsivelmente, integrantes da aliança divulgaram congratulações pela medida, que mudará a arquitetura de segurança do norte da Europa, certamente um efeito colateral que Moscou não esperava quando invadiu a Ucrânia alegando entre outras coisas a necessidade de impedir a adesão de Kiev à mesma Otan.

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