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Maceió,
Nº 5694
Maré

ENFEITES PARA CELEBRAR

Famílias aproveitam momento de decorar a casa no Natal para lembrar infância e manter tradições

Por DA EDITORIA DA REVISTA MARÉ | Edição do dia 05/12/2020

Matéria atualizada em 05/12/2020 às 04h00

Apesar do ano difícil por causa da pandemia, Maryanna Santos, de 32 anos, diz que sequer cogitou não celebrar o Natal e, claro, enfeitar o apartamento onde mora em Maceió. A professora diz que, apesar do sofrimento e dos meses muito difíceis, ela e a família chegaram em um acordo: celebrar todas as datas comemorativas com o máximo possível de intensidade. O resultado do acordo coletivo foi um apartamento tomado por luzinhas de natal, da porta da frente até as janelas laterais, numa tentativa de contagiar os vizinhos, que não pareciam estar na mesma sintonia. “Ainda no meio de novembro colocamos uma guirlanda na porta, foi a primeira. Dias depois o vizinho aqui do lado, que é delegado, colocou uma também e ainda colocou uma imagem do Papai Noel. A nossa outra vizinha também colocou, só faltava um, que é um apartamento de pessoas mais jovens”, diz a professora. Segundo Maryanna, há poucos dias os moradores do último apartamento sem enfeites resolveram aderir ao espírito natalino. “Se foi a pressão subjetiva que fizemos enfeitando nossas portas, não sei. Mas deu certo. O andar ficou todo enfeitado, uma lindeza”, diz. A professora justifica a empolgação com o Natal e com a decoração, dizendo que a “época mágica” depende dessa adesão para acontecer, para espalhar o poder de reflexão que possui. “Ninguém passou imune à pandemia. Ninguém passou esses meses todos sem ao menos um momento de solidão ou de incerteza. Foi difícil. Então, eu acho, o Natal vem como uma coroação da nossa resistência diante das dificuldades. Alguns de nós se apegam na fé e no significado do Natal, o nascimento de Jesus, para seguir em frente. Mas se você não acredita, tudo bem, acredite na caridade, em compartilhar essa sensação de comunidade”, defende. A decoração do apartamento foi feita aproveitando muito do material guardado do ano passado e comprando alguns itens pela internet. Ela diz que priorizou não gastar muito, porém diz que não abriu mão de alguns adereços que fazem toda a diferença. “A casa precisa estar dando boas vindas para quem chega no natal. Precisa estar brilhando. Então colocamos muitas luzes, colocamos presépio, enfeitamos bastante ao redor do presépio porque os personagens vamos colocando aos poucos. E colocamos os adereços que não podem faltar: guirlandas, piscas, árvore, colocamos também uma botinha de Papai Noel na parede e enfeitamos até a casinha da Leila [a cachorrinha da família].”

ENFEITES PARA SI MESMA Maria da Conceição, de 49 anos, diz que relutou muito em colocar os enfeites. Ela pensou na poeira do que estava guardado, pensou na poeira que iria acumular com os artigos natalinos espalhados pela casa e pensou, principalmente, no fato de estar sozinha em casa há alguns meses. “É muito difícil, todos esses meses de isolamento. Meus filhos moram em outra cidade e foi muito complicado vê-los nos últimos meses, só por vídeo. Não me senti empolgada para colocar os enfeites, porque eu ia colocar pra quem?” Os dois filhos de Maria da Conceição, que trabalhava como técnica de enfermagem, moram em São Paulo atualmente e não tinham planos de vir para Alagoas este mês. “Eles não vinham, então eu pensei, vou montar a árvore e o Natal para mim mesma. Fiz um vídeo engraçado pra eles, mandei, aí eles resolveram passar o Natal aqui. Aí vou caprichar ainda mais na decoração e na ceia”, diz.

DICAS PARA MOBILIZAR A FAMÍLIA “Quando resolvemos que íamos enfeitar o apartamento, marcamos o dia certinho e cada um se programou para estar livre no dia, pra todo mundo ajudar, porque não é um trabalho fácil”, revela a professora Maryanna. “No dia nós estávamos super empolgados e fizemos uns biscoitinhos, um suco, deixamos uma playlist de Natal tocando e colocamos a mão na massa”, narra. “Demorou algumas horas, mas no final ficou tudo lindo, cheio de luz. A gente tava feliz, foi um momento bom, lembramos de outras vezes que fizemos isso, da infância das meninas, rimos muito, acho que conseguimos captar o espírito natalino”.

Foto: Fábio Porta/Unplash
 



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