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1 ANO DE TRABALHO REMOTO

No período de pandemia, home office transformou rotinas e ainda pode ter consequências para a saúde; confira relatos e dicas

Por EVERTON LESSA ESPECIAL PARA A GAZETA | Edição do dia 20/03/2021

Matéria atualizada em 20/03/2021 às 04h00

Um estudo realizado pela Fundação Instituto de Administração (FIA) levantou dados que revelam que apenas 46% das empresas adotaram a modalidade home office no início da pandemia, em março de 2020. Nesta semana, Alagoas retornou para a fase vermelha e o governo do estado adotou medidas mais severas para a contenção do vírus mais uma vez. Isso significa que muitas empresas devem adotar novamente o trabalho remoto. Estamos oficialmente há um ano nesse contexto de quarentena e isolamento social. E o que parecia uma medida provisória, se tornou o novo normal, o que tem prejudicado o desempenho de muitos profissionais. “É uma excelente estratégia para diminuir o risco de contágio pelo novo coronavírus, mas ele também pode levar ao esgotamento físico e mental, já que interfere de maneira inequívoca nas dinâmicas das famílias e nas interações sociais”, explica o psicólogo e mestre em psicologia Edson Ferreira. O profissional enfatiza que as tarefas podem ser basicamente as mesmas, só que executadas em casa, o contexto não é o mesmo. Ele lembra que se antes o indivíduo tinha atividades dentro e fora de casa, tendo obrigações e lazer, hoje as preocupações se misturam às atividades do trabalho e às preocupações com a pandemia, tudo restrito ao ambiente domiciliar. Drika Rufino, designer de uma faculdade localizada na Cruz das Almas, adotou junto ao setor no qual trabalha a modalidade home office desde março de 2020. Ela conta que os primeiros meses foram um desafio para todos. “Reuniões on-line diariamente e estudo sobre as ferramentas digitais para facilitar nossa comunicação e nos aproximarmos da troca que tínhamos no presencial”, conta. Por se tratar de um setor que funciona através da criatividade e demandas geradas através da comunicação entre os envolvidos, Drika revela que a equipe mantém um ritmo de reuniões diárias para definir as pautas do dia e os prazos de entrega dos trabalhos. Apesar da ausência da interação social presencial com os companheiros de trabalho, ela afirma que o seu rendimento aumentou e com menos tempo gasto. “A concentração de estar sozinha em um ambiente também tem suas vantagens”, finaliza. Mesmo com os pontos positivos, é nítido que alguns pontos incomodam os trabalhadores que adotaram a modalidade. “Como o trabalho é no mesmo lugar em que vivo, é difícil separar o descanso das obrigações. Então a minha maior dificuldade é estabelecer essa divisão e não ter excesso de carga de trabalho”, conta Drika. É importante impor limites nas relações profissionais, defende o psicólogo. Pois, segundo ele, nesse período as cobranças chegam pelo Telefone, WhatsApp, e-mail e nos bombardeiam, fazendo com que pensemos que precisamos estar disponíveis o tempo inteiro e responder de maneira imediata, compondo uma situação ansiogênica, que se expressa em queixas como dores no corpo, fadiga e humor rebaixado, por exemplo. O psicólogo Edson Ferreira pontua que, para otimizar a rotina de trabalho dentro de casa, é importante: » Respeitar os momentos de pausa e estabelecer um lugar específico para trabalhar (um cômodo ou uma mesa); » Informar para os demais membros da família que quando está naquele espaço não deve ser incomodado; » Manter reuniões via videoconferência para diminuir os impactos do isolamento; » Definir um horário para começar e terminar o trabalho, além de pausa bem definida para o almoço e intervalos para beber uma água, comer algo, se alongar, dar uma atenção breve a algum parente. » Para quem passa muitas horas do dia sentado, manter uma boa postura e se movimentar. E se possível, praticar uma atividade física, além de manter hábitos saudáveis, como alimentação, hidratação ao longo do dia e um sono reparador (em média oito horas).

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