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SAÚDE NA TERCEIRA IDADE

Dicas para treinar o cérebro na quarentena e identificar quando o esquecimento é preocupante

Por DA EDITORIA DA REVISTA MARÉ | Edição do dia 01/05/2021

Matéria atualizada em 01/05/2021 às 04h00

A população brasileira está em trajetória de envelhecimento. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que até 2060, 1 a cada 4 brasileiros será idoso - ou seja, 25,5% da população. De acordo com a pesquisa, a parcela de pessoas com mais de 65 anos alcançará 15% da população já em 2034, ultrapassando a barreira de 20% em 2046. Para um envelhecimento saudável, além dos exercícios físicos, é necessário estabelecer uma rotina de exercícios para o cérebro.

“Assim como o corpo, o cérebro também tem seu envelhecimento natural, sem necessariamente implicar patologia ou doença. Com a idade, o sistema nervoso apresenta alterações como dificuldades de aprendizagens e esquecimento, mas a capacidade intelectual pode ser mantida sem dano cerebral até idades mais avançadas”, explica a terapeuta ocupacional Michelle Campos.

A especialista separou uma lista de atividades que funcionam como exercícios cognitivos, ainda mais importantes neste momento de isolamento social. Todas as atividades propostas devem levar em consideração as condições físicas, psicológicas e sociais do indivíduo.

Jogos - Oferecer estímulos cognitivos através de jogos como quebra-cabeça, baralho, dominó, caça-palavras, sudoku, são boas opções de passatempo e de estimulação cognitiva.

Leitura e Escrita - Se possível e se for do agrado do idoso, atividades de leitura e escrita estimulam o cérebro, a memória e funções motoras importantes. Nesse sentido, é possível incluir o aprendizado de um novo idioma, um novo curso ou mesmo a troca de mensagens pelo celular com a família e amigos.

Artesanato - Quem diria que o hábito do tricô, crochê, marcenaria, costura, entre outras atividades artesanais seria um grande aliado para uma vida saudável. A estimulação visual, de memória e tátil proposta pelo artesanato pode ajudar a manter a capacidade intelectual ativa por muito mais tempo.

Atividades Físicas - Com autorização médica, atividades físicas também devem ser estimuladas. Desde uma caminhada, a esportes ou mesmo a dança, são importantes aliados do corpo e da mente. Além disso, após a pandemia, é recomendável estimular atividades externas e sociais, como ir ao supermercado, salão de beleza, shopping, cinema, teatro.

A profissional complementa que as funções cognitivas são responsáveis por receber, armazenar e processar as informações. Essas capacidades - atenção, percepção, memória, funções executivas, orientação e juízo - conferem ao idoso a capacidade de gerir a própria vida e, por isso mesmo, são essenciais para uma velhice saudável e ativa.

Quando o esquecimento é preocupante?

Com a idade, alguns idosos desenvolvem doenças neurodegenerativas ou transtornos psiquiátricos leves, moderados e graves. Nesses casos, o cuidado familiar precisa contar com o auxílio profissional de saúde mental para garantir a qualidade de vida. É importante estar atento a alguns sinais que podem indicar diagnósticos mais complexos:

Perda de memória - Esquecimento de palavras, nomes, locais que deixou determinados objetos como chave, carteira, esquecimento de eventos e situações importantes da vida a curto prazo ou a longo prazo.

Mudança de humor - Mudança ou oscilação de comportamento (agitado, agressivo, hostil, desinibido, lentificado, pouco comunicativo).

Desorientação - A desorientação no tempo e espaço é um sinal importante: não saber o dia, a hora ou local que se encontra, assim como a cidade/estado atual.

Rotina - Problemas ao fazer tarefas diárias habituais, por exemplo, esquecer como fazer uma receita que já é de costume, não conseguir pagar uma conta, ou até mesmo esquecer como dirigir. Atividades rotineiras que se tornam um desafio.



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