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TODA MÃE É UMA PEÇA

Dona Hermínia, personagem de Paulo Gustavo, cativou o público com bordões, humor popular e lições sobre a vida em família

Por DA EDITORIA DA REVISTA MARÉ | Edição do dia 08/05/2021

Matéria atualizada em 08/05/2021 às 04h00

No topo, como o maior chamariz do cinema brasileiro, Paulo Gustavo enfrentou preconceitos, contradições, casou, realizou o sonho de ser pai e viveu os últimos anos exibindo amor nas redes sociais, ao lado do marido Thales Bretas e dos dois filhos gêmeos, Gael e Romeu, que têm um ano de idade. Meteórico, o artista, que dizia que rir é um ato de resistência, se despediu na última terça-feira (4), sob aplausos, de um público que o amou e que ele amou: o Brasil.

Dedicado e apaixonado pela mãe, Dona Déa Lúcia, Paulo Gustavo foi buscar nela a inspiração para criar um dos personagens mais icônicos do cinema brasileiro. Dona Hermínia, da série de filmes “Minha Mãe é Uma Peça”, com seus bordões, humor e um amor implacável pelos filhos virou uma espécie de mãe postiça do Brasil inteiro.

É que a construção genial de Dona Hermínia costurou as frases que mais ouvimos das nossas mães ao longo da vida com a postura preocupada e amorosa que as mães com M maiúsculo compartilham. Não poderia haver outro resultado: as mães se viam na Hermínia e os filhos viam as próprias mães na personagem de Paulo Gustavo.

Neste fim de semana, quando celebramos o Dia das Mães, relembramos frases e lições do maior fenômeno do cinema brasileiro, uma personalidade amada por tantos, cuja estrela seguirá brilhando.


1 - MÃE É MÃE

“Não tô boa hoje, não!”

Dona Hermínia não queria que muitas coisas acontecessem, mas aconteceram. Queria poder mudar as decisões dos filhos e as consequências - conseguiu algumas vezes -, mas mostrou que acolher as personalidades distintas dos filhos é amá-los. Foi Paulo Gustavo, como Hermínia, que nos colocou para acompanhar o casamento do filho gay, que imprimiu um sorriso nos rostos dos espectadores ao colocar a personagem se deparando com duas crianças, filhas de um casal homoafetivo. Nos fez vibrar com cenas assim, sem forçar nada e de um jeito tão bonito.

Ela ensinou que, mesmo quando as coisas saem de um jeito diferente, quando os sonhos não estão alinhados, quando o filho ou filha não agem como acreditamos ser correto… mãe é mãe e não larga a mão dos filhos.


 2 - NÃO ESQUEÇA DE SI MESMA

“A gente que é mãe não tem lugar sossegado dentro de casa.” 

Quando a coisa aperta, quando os nervos estão à flor da pele, o amor de mãe pode se tornar numa série de questionamentos sobre a vida. Mas Dona Hermínia também mostrou que é possível ser uma mãezona sem esquecer de si mesma. Dá para equilibrar a necessidade de cuidar dos filhos, e a mania de somatizar os problemas, com o autocuidado e a pausa. Alimentar-se de vida, com amigos, com os demais familiares, é momento imprescindível para manter a cabeça no lugar e não pirar!


3 - FILHOS VOAM

“Adolescente acha que nada de ruim vai acontecer com eles. Eles acham que são imortais.”

Não adianta querer manter os filhos debaixo das asas. Eles vão voar. Filhos não são robôs e não são brinquedos com controle remoto. O que uma mãe pode oferecer é a educação, o amor, o respeito. O resto é com eles. Dona Hermínia, provavelmente, não iria concordar de imediato com essa lição, mas era assim que ela age, com seu jeito de mãe superprotetora, ia até o limite, mas, no fim, sabia que cada um é cada um. 


4 - A VIDA COM HUMOR É MUITO MELHOR

“Chega! Sai da minha cozinha.”

Essa lição podemos dizer que foi o Paulo Gustavo e a Dona Hermínia que nos ofereceram, juntos.

Se relacionar é um desafio, com filhos, com familiares, amigos, desconhecidos. Mas é preciso. E lidar com tudo isso com o mínimo de leveza é o mínimo a se fazer… por si mesma. Se você coloca 42 copos em cima da mesa e o filho suja os 42, vai dar nos nervos, mas tente ver o que é cômico nisso.

Rir. De si mesma e da vida, é um ato de resistência, como disse o ator no vídeo que acabou sendo o símbolo de sua despedida precoce.

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