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Maré

ORGANIZANDO A VIDA

No último mês do ano, especialista fala sobre como a organização da casa pode ajudar a organizar a rotina e a alcançar objetivos

Por MAYLSON HONORATO EDITOR DA REVISTA MARÉ | Edição do dia 04/12/2021

Matéria atualizada em 04/12/2021 às 04h00

A pandemia e o confinamento forçado por ela mudaram, provavelmente para sempre, a maneira como lidamos com a casa e com o espaço pessoal. Para muitos, foram meses de isolamento total e que fizeram com que o ambiente doméstico fosse percebido com mais carinho e a organização desse local se tornasse uma ambição e uma necessidade.

Com essa busca por deixar tudo em seu devido lugar, a figura do personal organizer ganhou destaque nesse momento, ao ponto de as pesquisas no Google por esse profissional alcançarem o topo de popularidade em Alagoas no mês de outubro, de acordo com o Google Trend.

Para Rossana Monteiro, arquiteta que atua como personal organizer, a organização da casa foi percebida como uma prioridade durante o confinamento, mas concorre com a correria do dia a dia, ainda mais agora que as coisas começaram a voltar ao normal.

Assim como o interesse pelo serviço aumentou, as dúvidas sobre a atuação desses profissionais não param de crescer. “O personal organizer auxilia seus clientes por meio de técnicas e ferramentas para ajudar na organização, que gera uma transformação que se reflete no bem-estar e na qualidade de vida das pessoas. O meu papel, quando eu vou à casa de um cliente, não é apenas organizar por ele, mas ensiná-lo a organizar sua casa”, explica Rossana.

A ideia, segundo ela, é fazer com que pensemos a organização de uma forma mais sistemática e estratégica, garantindo espaços funcionais e que forneçam rapidez nos afazeres, tranquilidade e otimização.

“Eu confesso que não tinha esse olhar para a casa como tenho hoje. Minha mãe, que veio me visitar depois de mais de um ano distante, disse que eu mudei completamente. E muito dessa mudança se deve ao modo com que eu vejo a casa hoje em dia”, diz a publicitária Marcella Vitoria, de 30 anos.

Ela conta que adotar uma rotina mais sistemática no que se refere à organização fez com que ela tivesse mais tempo para outras coisas. Além disso, há uma certa “paz de espírito” em manter a casa organizada.

“Quando a gente arruma, a gente arruma a vida também. Sei lá, é uma sensação complexa, uma relação que foi construída por anos, mas que foi ignorada por anos também, sabe?”, reflete a publicitária, que diz que defende que o final do ano é um ótimo momento para mudar.

“Acho que se você quer organizar a vida em 2022, alcançar metas, o seu entorno deve ser tão sistematizado quanto os seus planos. Eu apostei nisso e me ajudou até a ter mais foco no trabalho, pelo menos enquanto estava trabalhando exclusivamente em casa. Não é fácil, mas vale muito a pena”, finaliza.

Para Rossana Monteiro, a primeira dificuldade é o reconhecimento do problema. “A pessoa precisa reconhecer que não sabe organizar e que está tendo dificuldades”, diz.

Depois, segundo ela, a correria da vida acaba fazendo com que a organização fique de lado. Isso prescinde da mudança dos hábitos. “Por fim, há o excesso de itens que levamos para dentro de casa. Porque, em virtude da dificuldade em desapegar, esses elementos acabam acumulando e dificultando muito a organização”, ressalta.


ORGANIZAÇÃO E PÓS-PANDEMIA

A personal organizer alagoana defende que o serviço independe do contexto, isto é, seja para uma casa com uma pessoa ou uma casa com 10 pessoas, a organização pode fazer a diferença.

“Existem os profissionais que oferecem o serviço de organização pelo cliente, buscando também transformar a maneira de pensar e agir de uma forma mais definitiva.

E também existem profissionais que têm todo um processo de triagem além de avaliação de hábitos e costumes. Esse é o meu caso. Gosto de entender e ajudar de forma mais personalizada o que a pessoa precisa e crio assim uma melhor rotina para ela”, explica.

Para o pós-pandemia, ela aposta que a busca por mais qualidade de vida fará com que as pessoas priorizem a casa. “Com a pandemia, fomos confrontados com a própria bagunça e virou um divisor de águas que mostrou para as pessoas a importância da organização”, diz.

“Já parou para pensar em quanto tempo você perde procurando uma roupa quando o closet está bagunçado? E quando você não encontra as chaves do carro? Quantas vezes você não voltou para casa porque esqueceu de pegar algo importante que deveria estar em um lugar mais acessível? Esses pequenos contratempos podem ser eliminados. O que vai ajudar a construir um fluxo orgânico para as tarefas do dia a dia”, finaliza.

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