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EDITORIAL

DESLEIXO EXTREMO

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Por Editorial | Edição do dia 16/11/2019

Matéria atualizada em 16/11/2019 às 06h00

No início deste mês de novembro, o IBGE liberou a Síntese de Indicadores Sociais, que analisa a qualidade de vida e os níveis de bem-estar das pessoas em 2018. Em relação a Alagoas, os dados sistematizados traçam um cenário grave e crescente no campo da exclusão social. Se, em 2014, havia 275 mil alagoanos em situação de pobreza extrema, após quatro anos, o contingente cresceu para 570 mil pessoas.

No último quadriênio, a pobreza extrema avançou em Alagoas, de 12,5% para 17,2% da população, lamentavelmente. O IBGE também contabilizou a existência de 29,6% de alagoanos que sobrevivem com míseros treze reais diários. É trágico se deparar com o fato de que um milhão de pessoas encontram-se na linha da pobreza. No exame dos índices referentes à pobreza extrema, o quadro nacional rebaixa Alagoas à triste condição de lanterninha nacional, colado ao Maranhão. Para mensurar a gravidade, o percentual alagoano de 17,2% é quase o triplo do índice do Brasil, e ainda pior do que a média encontrada no Nordeste.

O IBGE avançou e pesquisou sobre a situação da força de trabalho, revelando a existência de 505 mil pessoas em empregos formais. Comparando o quantitativo na atividade formal com os 570 mil na pobreza extrema, chega-se à lamentável conclusão de que Alagoas possui mais pessoas passando fome do que trabalhando. Enquanto isso, o governo Renan Filho ignora a situação. Basta citar o desvio de finalidade do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza, apesar das cobranças e críticas. De 2014 até agora, o FECOEP arrecadou quase um bilhão de reais, mas o governo também deixou de elaborar o Plano Estadual de Combate à Pobreza, como determina a lei. No rastro de desleixo oficial, sequer houve alguma manifestação do governador em defesa do Plano. Caso o Estado viesse priorizando esforços, mobilizando secretarias e recursos para geração efetiva de uma rede de proteção, os desassistidos estariam certamente fora dessa faixa deprimente de exclusão social em Alagoas.

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