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ARTIGO

COMUNICAR O QUE DE MELHOR TEMOS

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Por Pe. Rodrigo Rios. sacerdote e jornalista | Edição do dia 16/11/2019

Matéria atualizada em 16/11/2019 às 06h00

Quando me tornei Fera 2000 recordo da experiência emocionante em ter passado no Vestibular na Ufal. Vindo da realidade de um Instituto Federal, em minha mente continuar com uma graduação só seria possível em uma entidade que fosse do mesmo naipe. Então, a alegria do resultado ficou registrada em minha memória, especialmente porque o ingresso naquela Universidade era realizado de outra maneira que nos tempos atuais.

Fui para estudar Jornalismo e muitas eram as críticas porque as pessoas que geralmente faziam este curso tinham uma imagem negativa perante os outros universitários. Falava-se em drogas, bebidas, promiscuidade e tantas outras questões que me impressionavam mesmo antes de ter tido a primeira aula. Assim começaram os estudos e fui percebendo que havia de tudo, mas não somente o que haviam narrado, pois encontrei muitas pessoas sérias e que estavam buscando uma profissão para da melhor forma exercê-la. É bem verdade que me ofereceram maconha e tantas outras propostas não muito convenientes a serem expressas aqui, contudo, sempre levei na esportiva e não dava importância ao que estava sendo colocado. O que eu queria mesmo era somente fazer boas amizades e estudar comunicação social, uma paixão nata e latente no coração. Foi quando encontrei-me com um amigo que havia terminado Relações Públicas e agora estava cursando Jornalismo. Era parte do Ministério Universidade Renovadas e então tinha no seu interior o desejo de evangelizar qualquer ambiente. Com outro amigo do curso de Filosofia, resolvemos iniciar um Grupo de Oração dentro da Universidade, com reuniões semanais. Buscamos um prédio que fosse central para os nossos encontros e fizemos convites a inúmeras pessoas.

Resultado: pouco a pouco se somaram novos integrantes e assim tínhamos um forte momento com Deus dentro daquela Instituição de Ensino. Batizamos o Grupo de Comunicando Deus e pouco a pouco o mesmo foi crescendo. Quase 20 anos se passaram e até hoje ele existe. Isso é impressionante! Às vezes alguém pode pensar que diante de situações adversas o melhor é se afastar. Mas digo que o chamado do cristão é estar em qualquer ambiente procurando ser luz. Temos que comunicar o que de melhor temos. Se somos pessoas de fé, porque nos subtrair de determinados grupos? Como é belo sermos reconhecidos por nossos valores, por nossas crenças. Talvez alguns não compreendam, mas garanto que isto se tornará um dia referência. O tempo do curso de Jornalismo passou, obtive o meu diploma e anos depois fiz meu Mestrado na Área. O que levo de bom daquele tempo é esta experiência de ter estado onde Deus me queria e de ter ajudado tantas pessoas. Como andava sempre com uma cruz no pescoço, me identificavam com a alcunha “aquele da cruz”. De fato, permaneço até hoje sendo reconhecido dessa forma, pois o Crucificado tem me acompanhado em meu ministério sacerdotal e dele não posso me desvincular. E hoje aquele grupo continua também a ecoar em mim dizendo que devo sempre Comunicar Deus.

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