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Opinião

ESPORTE E CIDADANIA

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Por Editorial | Edição do dia 18/02/2020

Matéria atualizada em 18/02/2020 às 06h00

Em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), os ministérios da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e da Cidadania lançaram o Programa Integra Brasil, que pretende promover os direitos humanos na prática do futebol.

Com o lema “o Futebol nos Une”, o programa promoverá ações nas partidas. Entre os temas tratados, estão paz no futebol, combate às drogas, racismo, inclusão de pessoas com deficiência, direitos da criança e do adolescente, esporte como instrumento de inclusão social e combate à discriminação da mulher. Cada mês contará com uma campanha específica, com ações em pelo menos dois jogos da Copa do Brasil ou do Campeonato Brasileiro. O programa também promoverá campanhas em regiões de vulnerabilidade social. Trata-se, sem dúvida, de uma iniciativa louvável. O esporte, como importante fenômeno social, sempre deveria ser utilizado como instrumento de inserção social e promoção da cidadania. No caso do Brasil, o futebol sempre foi o esporte que mais integrou a sociedade, não só pela sua adesão de grande parte dos brasileiros, mas por ser considerado o esporte nacional com uma série de significados. Entretanto, nos campos de futebol refletem-se vários problemas presentes na sociedade brasileira, como a violência das massas, manifestações de racismo, homofobia, sexismo e intolerância. O relatório do Observatório Anual da Discriminação Racial do Futebol, divulgado em 2017, apontou que os registros de racismo mais do que dobraram num período de três anos. Casos de LGBTfobia e machismo também foram identificados. Nos últimos 30 anos, o Brasil registrou mais de 300 mortes relacionadas ao futebol, muitas delas envolvendo brigas de organizadas rivais. A situação de desrespeito aos direitos humanos e à cidadania não é diferente dentro ou fora dos estádio. Os motivos das violações dos direitos humanos não estão no futebol, mas sim no ambiente social dos torcedores. Daí por que a campanha pode ser o primeiro passado para uma mudança de consciência.

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