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Opinião

EM CÂMERA LENTA

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Por Editorial | Edição do dia 19/02/2020

Matéria atualizada em 19/02/2020 às 06h00

Estudo divulgado ontem pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indica que a década de 2010 causou mais prejuízos ao país do que a de 1980, conhecida como a Década Perdida. De acordo com a pesquisa, que compara indicadores dos dois períodos, a recessão de 2015-2016 teve efeitos ainda mais adversos do que nos anos 1980, causando recuperação lenta da economia, com reflexos no mercado de trabalho e na concentração de renda.

Segundo o estudo, em relação à evolução do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país -, o Brasil cresceu 33,3%, à taxa média anual de 2,9%, no intervalo de 10 anos, iniciados em 1980. Já no mesmo período a partir de 2010, observou-se crescimento abaixo da metade, acumulado em 14,1%, com média anual de 1,3%. De acordo com a análise da CNC, se o PIB de 2019 aumentar 1% – confirmando a expectativa do mercado –, a economia brasileira deverá registrar baixo crescimento médio anual durante esse período, adiando as chances de absorver o contingente de desempregados. Dados divulgados em janeiro pela ONU apontava que a economia brasileira dá sinais de recuperação em 2020 e 2021, mas a expansão deverá ficar abaixo do esperado. As Nações Unidas temem um aumento das tensões sociais na América Latina, diante dos sinais de dificuldade em relançar de forma expressiva as economias da região. A lenta recuperação do Brasil em 2020 e 2021 vem depois de um 2019 ainda mais decepcionante. A ONU estimava inicialmente que a economia brasileira teria uma expansão de 2,1% no ano passado. Mas, de acordo com as projeções iniciais, o crescimento não passou de 1%, contra 2,5% na média da economia mundial. Entre os emergentes, os dados da ONU mostram que o Brasil também continua abaixo da média de crescimento. Apesar de o governo propagar que o Brasil está retomando o crescimento, os sinais ainda não permitem nenhum entusiasmo.

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