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Opinião

MUITO MAIS DO QUE UMA GRIPE

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Por Editorial | Edição do dia 22/05/2020

Matéria atualizada em 22/05/2020 às 06h00

Os casos de contaminação pelo novo coronavírus no mundo superaram a marca de 5 milhões na quarta-feira, e a América Latina – com destaque para o Brasil – ultrapassou os Estados Unidos e a Europa na semana passada, ao registrar a maior parcela de novos casos diários globalmente. De acordo com especialistas, isso representa nova fase na disseminação do vírus, que atingiu o auge primeiramente na China em fevereiro, antes de surtos em grande escala na Europa e nos Estados Unidos.

Os primeiros casos de coronavírus no mundo foram confirmados em Wuhan, na China, em 10 de janeiro. O primeiro milhão de casos foi registrado no dia 1º de abril. Desde então, cerca de 1 milhão de novos casos são relatados a cada duas semanas. Com os números atuais, o vírus já infectou mais pessoas em menos de seis meses do que o total anual de casos graves de gripe. Países que ultrapassaram a fase inicial da pandemia tiveram desfechos diferentes, a depender das medidas tomadas por cada governo. As nações onde o isolamento apareceu cedo e a população aderiu à estratégia tiveram sucesso. Já quem demorou para desestimular aglomerações, como Itália e Espanha, enfrentou um crescimento exponencial no número de casos. No Brasil, a questão acabou politizada. Enquanto governadores adotavam medidas mais severas de isolamento social, o presidente Jair Bolsonaro sempre se mostrou contrário ao fechamento do comércio e ainda faz propaganda de um medicamento, apesar da falta não haver comprovação de sua eficácia. Enquanto isso, o Brasil segue numa curva ascendente de casos, superando os 20 mil mortos. Segundo especialistas, a inabilidade dos gestores públicos em admitir a gravidade da pandemia e tomar medidas para confinar a população – notadamente a contrapropaganda do presidente e a troca de ministros da Saúde – contribuiu para o ritmo de expansão da Covid-19 no País. Agora a situação está se agravando e o momento exige medidas mais duras, sem politicagens, baseadas na ciência e não no achismo.

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