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Opinião

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO PÓS COVID-19

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Por Alfredo Gazzaneo Brandão – engenheiro civil | Edição do dia 12/08/2020

Matéria atualizada em 12/08/2020 às 06h00

O mundo atravessa uma fase de mudança generalizada neste período da pandemia do coronavírus.

Na educação essa transformação ocorre de forma bastante marcante tornando-se mais evidente pela quebra de paradigmas, pela necessidade imperiosa de adaptação dos conceitos tradicionais ao novo estilo de vida da população. Não nos é permitido, no momento atual, a convivência entre as pessoas e na educação convencional, essa convivência é fator preponderante, base de conceitos educacionais coletivos e presenciais. O distanciamento social impõe a criação de mecanismos criativos, bastante atrativos, de forma a possibilitar uma educação acessível e de qualidade, capaz de atrair o aluno e produzir resultados satisfatórios em todas as suas áreas de abrangência. Não está sendo fácil, nem para professores nem para os alunos. Trata-se de uma mudança estrutural radical e seus efeitos estão sendo sentidos em ambos os lados da ação, docente e discente. A falta do contato físico, olho no olho, gera para o professor o que entendemos ser um dos principais fatores de sucesso na transmissão de conteúdos educacionais, o feedback momentâneo. Traduzindo para o nosso português, é o retorno imediato da certeza ou não da compreensão, por parte do aluno, do conteúdo ministrado, tornando possível a mudança, a reformulação na forma de apresentação de modo a possibilitar sua assimilação e assim, serem plenamente atingidos os seus objetivos. Para o aluno, existindo a necessidade de maiores esclarecimentos, tal carência não será suprida de imediato, sem a demanda de muito mais tempo e esforço para atingir tal objetivo. O momento é imperativo. Não há mais o que questionar. Temos sim que arregaçarmos as mangas e partirmos para a luta em busca das soluções pois os problemas estão bem esclarecidos no atual cenário. O mundo mudou e torna-se necessária a nossa mudança. Queiramos ou não, é impossível parar no tempo ou não aceitar o que de fato aconteceu. Mais do que nunca, a criatividade e a capacidade de adaptação serão os ingredientes mais fortes desse novo cardápio. Criatividade para encontrar soluções objetivas, viáveis e interessantes, e capacidade de adaptação para minimizar os efeitos das novas e necessárias transformações que estão ocorrendo e que ainda virão em seus desdobramentos. Mesmo com o fim do isolamento, não haverá retrocesso na forma de educar e de ser educado. São muitos os benefícios do EAD, hoje já comprovados embora ainda em processo de assimilação e adaptação, por parte de alunos e professores. È uma nova ciência e, portanto, necessita de estudos, aprimoramento criação de métodos e técnicas, enfim, de tempo para desenvolver, implementar e consolidar o novo buscando atingir os resultados desejados. Por outro lado, são bastante conhecidos os benefícios do ensino presencial, bem como do enriquecimento e crescimento do aluno através de estudo e trabalho coletivo. A solução então será partir para uma modalidade de ensino e aprendizagem que contemple os dois processos, O Ensino Híbrido será, indiscutivelmente, a nova roupagem da educação. A mistura dos processos de aprendizagem, on-line e off-line em que em alguns momentos o aluno estuda sozinho, desfrutando de um universo inesgotável de novos conhecimentos ao seu alcance e em outros de forma presencial, valorizando o conhecimento, a experiência e a interação entre professore e aluno. As escolas, as universidades terão possibilidade de adaptar seus espaços físicos a um menor número de estudantes que, por sua vez, em regime de rodízio, estarão desenvolvendo atividades on-line e presenciais, permitindo, dessa forma, que as novas normas de convívio social também sejam atendidas. Ganham as duas categorias: A dos educadores que assumirão o desafio de se reinventar, a fim de criar, desenvolver novas formas objetivas e atrativas de transmitir conhecimentos, de modo a tornar o aprendizado cada vez mais interessante e eficiente. E dos alunos que terão que assumir a coautoria de sua própria educação, entendendo a responsabilidade que lhes cabe no processo de aprendizado. O aluno, consciente da sua necessidade e responsabilidade com o seu futuro, opta, decide e procura os meios de conhecimento, indo em busca dos seus objetivos e de sua valorização. É papel do homem se reinventar e a Covid-19 teve o papel fundamental de impulsionar esse amadurecimento, dando um start nesse processo, na criação da Nova Educação.

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