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Opinião

DESESTÍMULO

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Por Editorial | Edição do dia 15/06/2021

Matéria atualizada em 15/06/2021 às 04h00


Dados da pesquisa Juventude e Pandemia, do Conselho Nacional da Juventude, realizada entre e março e abril deste ano, mostram que o percentual de jovens que já pensou em desistir de estudar durante a pandemia cresceu de 28%, em 2020, para 43% em 2021. O índice fica ainda maior se considerada a faixa etária de 18 a 24 anos, quando chega a 49%. Entre os motivos, 21% dos jovens dizem que pararam de estudar por questões financeiras e 14% por dificuldades no acesso ao ensino remoto.

O levantamento revela desafios na educação para manter os jovens engajados nas escolas durante o período de suspensão das aulas presenciais e aponta como a falta de ações pode prejudicar o ensino e aprendizagem, como o acesso ao ensino remoto. Entre os entrevistados de 18 a 29 anos que interromperam os estudos, a principal causa foi financeira. O que reflete na constatação de que, enquanto na primeira edição da pesquisa, divulgada em junho de 2020, o percentual de jovens que responderam trabalhar formal ou informalmente para complementar a renda familiar estava na faixa dos 23%, na atual edição eles somam 38% do total – índice ainda maior entre os entrevistados negros, entre os quais o percentual chega a 47% dos participantes. No geral, contudo, pesam também as dificuldades de se organizar e de acompanhar as aulas remotamente – empecilho que afetou principalmente aos mais jovens, que se queixaram de não aprender o suficiente ou de não gostarem dos conteúdos transmitidos. A maioria (47%) dos entrevistados que interromperam os estudos considera que a ação mais eficaz para atrair os estudantes de volta às salas de aula é vacinar toda a população. Além disso, 36% deles também apontaram a necessidade políticas públicas que garantam uma renda básica aos jovens, seja por meio da concessão de bolsas de estudo, seja pela renda emergencial. Especialistas alertam que a situação exige do poder público ações concretas e urgentes para atender às demandas emergenciais e apontar perspectivas de futuro.

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