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Maceió,
Nº 5691
OPINIÃO

INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO

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Por Editorial | Edição do dia 21/07/2021

Matéria atualizada em 21/07/2021 às 04h00

De acordo com relatório do Banco Mundial, os efeitos da pandemia da Covid podem afetar por até nove anos os salários dos trabalhadores brasileiros médios. De acordo com o documento, a crise gerada pelo novo coronavírus afetar o mercado de trabalho no Brasil e na América Latina por um longo período, inclusive com efeito negativo sobre empregos e salários, gerando aumento do desemprego, da informalidade e também a redução de salários.

A crise causada pela pandemia deve provocar “cicatrizes” mais “intensas” nos trabalhadores menos qualificados, ou seja, aqueles sem ensino superior. Além disso, os trabalhadores informais têm menos proteções contra efeitos de crises econômicas e, assim, a probabilidade de perderem o emprego é maior, independentemente da qualificação. A melhora da atividade econômica e o crescimento da população ocupada não foram suficientes para reduzir o impacto provocado pela pandemia no mercado de trabalho, que segue com alta no desemprego, subocupação e desalento. Para os próximos meses, a expectativa é que o movimento de recomposição da força de trabalho se intensifique. O avanço da vacinação combinado à retomada mais forte da atividade econômica deve ampliar a geração de empregos. Mesmo assim, a expansão da ocupação não será suficientemente forte para reduzir a taxa de desemprego no período devido ao esperado aumento da força de trabalho Enquanto isso, o seguro-desemprego tem um papel limitado na proteção dos trabalhadores, já que os mais afetados são justamente os informais e os autônomos formais, que não contam com a possibilidade de receber esse benefício.

Para os analistas da instituição, o cenário só ressalta a importância de renovar os instrumentos de proteção social, a fim de proteger a renda e a necessidade de políticas de apoio para auxiliar os trabalhadores que estão buscando emprego de forma autônoma.

O auxílio emergencial foi fundamental para evitar um tombo maior na atividade econômica e garantir a sobrevivência de muitos trabalhadores privados de renda. Entretanto, é preciso pensar em outras medidas de médio e longo prazos.

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