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Opinião

DESTINAÇÃO INADEQUADA

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Por Editorial | Edição do dia 04/03/2022

Matéria atualizada em 04/03/2022 às 04h00

A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou esta semana um acordo histórico para criar o primeiro tratado global de poluição por plástico, descrevendo-o como o pacto ambiental mais significativo desde o acordo climático de Paris de 2015. Anualmente, cerca de 8 milhões de toneladas de plásticos vão parar nos oceanos, trazendo graves prejuízos para o meio ambiente.

O tratado prevê a negociação de metas globais em números com medidas que podem ser obrigatórias ou voluntárias, mecanismos de controle, o desenvolvimento de planos de ação nacionais levando em conta as especificidades dos diferentes países e um sistema de ajuda aos países pobres. Diz respeito a todas as formas de poluição terrestre ou marinha, incluindo microplásticos. O Brasil, segundo dados do Banco Mundial, é o 4º maior produtor de lixo plástico no mundo, com 11,3 milhões de toneladas – o equivalente a um quilo de lixo plástico por habitante a cada semana –, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia. Desse total, mais de 10,3 milhões de toneladas foram coletadas (91%), mas apenas 145 mil toneladas (1,28%) são efetivamente recicladas, ou seja, reprocessadas na cadeia de produção como produto secundário. Esse é um dos menores índices da pesquisa e bem abaixo da média global de reciclagem plástica, que é de 9%. Mesmo parcialmente passando por usinas de reciclagem, há perdas na separação de tipos de plásticos. No final, o destino de 7,7 milhões de toneladas de plástico são os aterros sanitários. E outros 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartados de forma irregular, sem qualquer tipo de tratamento, em lixões a céu aberto. A questão do plástico é apenas um dos aspectos que mostram a necessidade de investir cada vez na coleta seletiva de lixo e na reciclagem. De todo o lixo produzido no Brasil, 30% tem potencial para ser reciclado, porém apenas 3% deste total é efetivamente reciclado. A reciclagem é uma excelente alternativa para a problemática de resíduos sólidos urbanos, alcançando a esfera ambiental, o âmbito social e o desenvolvimento econômico

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